Estes últimos sete meses que passaram foram férteis em notícias do China, esse rapazola delinquente que vem dando uma generosa contribuição para o anedotário das forças policiais portuguesas, ao fugir da cadeia de Guimarães uma vez, liderando um grupo de condenados que feriu um guarda e ameaçou outros dois, protagonizando uma espectacular fuga colectiva; sendo preso uma outra vez e libertado a seguir por engano noutro clássico da burrice burocrática, um embuste colectivo digno de Alves dos Reis; e finalmente quando, por um mero acaso, acaba finalmente detido na sua própria aldeia, a poucos metros de casa, por uma patrulha de giro que se cruzou com ele na rua, coisa de vizinhos. Este é o China, 18 anos cheios de recursos e energia criminosa.
Vale a pena recordar os pormenores da história aqui. Só para a gente se rir um bocadinho, que agora já se pode fazê-lo mesmo nas barbas da Justiça nacional. É que o "China", que se encontrava detido preventivamente pela prática de inúmeros assaltos armados e que é suspeito em mais de dezena e meia de processos semelhantes por todo o Vale do Ave, foi libertado ontem à tarde. Exacto. Free as the wind.
A liberdade aconteceu depois de o Tribunal de Guimarães o ter condenado a uma pena de dois anos de prisão, por causa de uma assalto à mão armada, castigo que foi substituído por 480 horas de trabalho a favor da comunidade. Consultados outros tribunais, verificou-se que não existiam pedidos para que a sua prisão fosse mantida, pelo que a ordem seguiu para a cadeia, sendo cumprida por volta das 17 horas de ontem, sexta-feira. Um cenário completamente imprevisível, tendo em conta a mais de dezena e meia de processos existentes em vários tribunais, relacionados com assaltos, alguns dos quais à mão armada, para além do que tem a ver com a fuga. Mas tão possível que aconteceu.
Foi precisamente o desfecho do julgamento de um destes assaltos, a uma bomba de gasolina de Guimarães em Fevereiro do ano passado, a ditar a sua libertação. No assalto, "China" estava acompanhado por um outro jovem, que empunhava uma caçadeira de canos serrados. O seu advogado, Pedro Carvalho, tinha proposto nas alegações finais do caso que o jovem fosse obrigado a prestar trabalho comunitário em vez de cumprir prisão. E foi precisamente isso que o colectivo de juízes decidiu. Apesar de ter considerado como provada a participação dos dois jovens no assalto (roubo agravado), o tribunal decidiu substituir por 480 horas de trabalho a favor da comunidade, na junta de freguesia de Joane, Vila Nova de Famalicão, onde "China" reside, a condenação a dois anos de cadeia.
O cúmplice foi também condenado a uma pena de três anos e dez meses de cadeia, englobando já também a punição pelo crime de posse de arma ilegal, que foram suspensos por igual período. Também foi libertado. Seguindo o procedimento normal nestes casos, o tribunal perguntou aos tribunais onde "China" tem processos em curso se algum destes exigia que o jovem continuasse preso. Como a resposta foi negativa, os juízes ordenaram à cadeia de Guimarães que procedesse à sua libertação.
Num país fraco de heróis, sem Arséne Lupin que se aproveite desde o Zé do Telhado, só com cambalacheiros de segunda (eu assino o teu projecto, tu compras o meu árbitro, eles dizem mal de todos), confesso que este China está a um passo de me fazer seu fã. A um passinho apenas. Ele que assalte mais uma bombazinha que seja, que aldrabe mais dois polícias ou três guardas prisionais e eu lá estarei, na primeira fila desta imensa plateia de todas as suas escapadelas. Batendo palmas, entusiasmado, a ele e a esta Justiça de anedota que prende quem não deve e solta quem anda a gamar. E rindo à gargalhada, evidentemente.
Vale a pena recordar os pormenores da história aqui. Só para a gente se rir um bocadinho, que agora já se pode fazê-lo mesmo nas barbas da Justiça nacional. É que o "China", que se encontrava detido preventivamente pela prática de inúmeros assaltos armados e que é suspeito em mais de dezena e meia de processos semelhantes por todo o Vale do Ave, foi libertado ontem à tarde. Exacto. Free as the wind.
A liberdade aconteceu depois de o Tribunal de Guimarães o ter condenado a uma pena de dois anos de prisão, por causa de uma assalto à mão armada, castigo que foi substituído por 480 horas de trabalho a favor da comunidade. Consultados outros tribunais, verificou-se que não existiam pedidos para que a sua prisão fosse mantida, pelo que a ordem seguiu para a cadeia, sendo cumprida por volta das 17 horas de ontem, sexta-feira. Um cenário completamente imprevisível, tendo em conta a mais de dezena e meia de processos existentes em vários tribunais, relacionados com assaltos, alguns dos quais à mão armada, para além do que tem a ver com a fuga. Mas tão possível que aconteceu.
Foi precisamente o desfecho do julgamento de um destes assaltos, a uma bomba de gasolina de Guimarães em Fevereiro do ano passado, a ditar a sua libertação. No assalto, "China" estava acompanhado por um outro jovem, que empunhava uma caçadeira de canos serrados. O seu advogado, Pedro Carvalho, tinha proposto nas alegações finais do caso que o jovem fosse obrigado a prestar trabalho comunitário em vez de cumprir prisão. E foi precisamente isso que o colectivo de juízes decidiu. Apesar de ter considerado como provada a participação dos dois jovens no assalto (roubo agravado), o tribunal decidiu substituir por 480 horas de trabalho a favor da comunidade, na junta de freguesia de Joane, Vila Nova de Famalicão, onde "China" reside, a condenação a dois anos de cadeia.
O cúmplice foi também condenado a uma pena de três anos e dez meses de cadeia, englobando já também a punição pelo crime de posse de arma ilegal, que foram suspensos por igual período. Também foi libertado. Seguindo o procedimento normal nestes casos, o tribunal perguntou aos tribunais onde "China" tem processos em curso se algum destes exigia que o jovem continuasse preso. Como a resposta foi negativa, os juízes ordenaram à cadeia de Guimarães que procedesse à sua libertação.
Num país fraco de heróis, sem Arséne Lupin que se aproveite desde o Zé do Telhado, só com cambalacheiros de segunda (eu assino o teu projecto, tu compras o meu árbitro, eles dizem mal de todos), confesso que este China está a um passo de me fazer seu fã. A um passinho apenas. Ele que assalte mais uma bombazinha que seja, que aldrabe mais dois polícias ou três guardas prisionais e eu lá estarei, na primeira fila desta imensa plateia de todas as suas escapadelas. Batendo palmas, entusiasmado, a ele e a esta Justiça de anedota que prende quem não deve e solta quem anda a gamar. E rindo à gargalhada, evidentemente.
4 comentários:
Ó Rui, espero que nenhum tribunal ou instituição de reabilitação lhe arranje trabalho nos Açores, é que já cá temos tantos... Este China enquanto tiver o bom senso de não assaltar o advogado que o defende e o juiz que o manda "trabalhar", tem a sua vida garantida.
Abraço
fredo,
ouvi dizer que o rapaz vai para a escola profissional da vila franca aprender música... e desfilar pelo s.joão, claro.
Ouviu bem, caro RVN, mas o santo é outro. É o Casamenteiro, lá para os lados de Famalicão.
pearl,
sagaz.
Enviar um comentário