Eu tenho ideias para a RTP/Açores. E tenho o telefone do director, dois trrims e ele está lá, faz favor. O que não tenho é o direito de lhas impor a frio, como se fossem verdade suprema. Nem ele tem a obrigação de as ouvir e a quente bater palmas ao pretenso iluminado. As ideias devem fazer-se valer por si próprias, pela sua qualidade e oportunidade, na circunstância. Quero eu dizer com isto que o habitual nestas coisas seria eu ligar ao fulano, que é amigo de sicrano, que andou na escola com beltrano, para que todos juntos e em coro corressem a dizer ao director que eu sou muita bom e que ele tem de me ouvir, deve ouvir, talvez fosse bom se ouvisse, enfim, todas aquelas frases e argumentos que cabem inteirinhos numa palavra: cunha.
A cunha é uma instituição veneranda em Portugal e no mundo. A cunha mete-se em todo o lado, é o instinto primeiro, o precioso segundo, o aval de terceiros e muita vez dado no quarto, onde cada um mete a cunha onde pode. Lamento, falta-me o jeito e vão-me doendo as costas, por estes dias.
Eu tenho ideias para a RTP/Açores. E a RTP/Açores tem Internet, se as quiser ouvir, mais às achegas daqueles a quem tirei do sossego de abrigos vários, quentinhos e resguardados, cutucando com vara curta ou bengaladas o seu sentir açoriano. E todos temos telefones que fazem e recebem chamadas. É que essa coisa da 'nossa televisão' é uma frase gira que queremos verdadeira, o milhafre voa, os sinos tocam o hino, mas vão-me perdoar que seja mais exigente enquanto plano e estratégia para mais e melhor televisão na minha terra. E é uma frase que espelha uma realidade que só se exige a Pedro Bicudo, neste momento. Todos nós estamos calmamente sentados na mesma cadeira onde vemos do Prós e Contras ao Big Brother, ou a RTP2 do outro, mas sempre rosnando impropérios pela diferença de qualidade entre os uns e os outros. Queremos uma coisa assim, mas não é bem assim, sei lá, é mais assado, talvez frito e cozido, sei lá, uma espécie de BBC com CNN e mais o Caramelo da Vila Franca e o SandroG, tudo ao molho com as coroações e muita fé no Senhor Santo Cristo, que é a nossa gala dos Óscares. É isto a identidade cultural dos Açores?
Há uma técnica antiga que caracteriza na perfeição este meio, enquanto comunicação. Em televisão nada se cria, tudo se copia. Tudo se pode fazer diferente, melhor, talvez, mas em cima daquilo que já foi feito. Arriscar para quê? E se falha, porra, tanto dinhero gasto? E assim se vem programando a televisão no mundo inteiro, ajeitando aqui, juntando uma vedeta ali, musicando acolá, escolhendo targets acoli, inventando na passada para actualizar piadas e recursos, cenários e guarda roupa, para que o freguês coma com gosto e desconfie pouco. Acabaram-se os caracóis, ora agora tomem lá escargots. Telefona-se a seguir a um conhecido crítico a quem ajudámos ontem e estamos a promover hoje. E pedimos-lhe que diga o pensa da mudança, sinceramente, claro. Atentem no discurso, que estou certo ouvirão as palavras ‘fantástico’, ‘revolução’, ‘genial’ e outras, arrumadinhas a gosto e ditas com o coração nas mãos e a lágrima no olho. Depois liga-se às redacções, correm-se as listas a quem se mandou lembranças no Natal, faz-se um briefing para jornalistas, com almoço, evidentemente. Se a coisa for bem feita, meus amigos, até Mandela passa por branco e partidário do apartheid, acreditem no que vos digo. E o povo bate palmas no fim e compra as revistas que trazem a vida das estrelas para saber quem casa com quem. E todos vivemos felizes para sempre. Esta é a má notícia. Qual é a boa notícia? A boa notícia é que não tem que ser sempre assim.
Os Açores têm uma identidade cultural própria e característica, diz o chavão repetido, e são certas as palavras. Como de resto toda a gente, acrescento eu sem ofensa. Afinal,‘identidade cultural própria e característica’ são as características dominantes de um povo, qualquer povo, que permitem delinear-lhe um perfil e estabelecer um estereotipo que é apenas ponto de partida para o conhecimento desse povo e nada mais. Não é um espartilho de costumes e muito menos será um cinto de castidade para a criação, como querem muitos puristas da tanga, açorianos, a tal guarda pretoriana de um sentir que insistem em querer representar. Uma televisão que valorize, na informação e no entretenimento, a identidade cultural dos Açores, deve ser uma televisão que anda de mão dada com o povo nas ruas onde ele mora. Uma televisão que desce à rua e não que condiciona a rua à maquilhagem do estúdio.
As vantagens são evidentes, as editoriais. Mas também as técnicas, se pensarmos bem. Programas em estúdio requerem estúdio para os fazer, naturalmente, para começar. Exigem cenários dignos, iluminação competente, realização a três, quatro cameras, mínimo, grua, charriot, handycam, tudo se não estivermos a falar de telejornal ou de um mano-a-mano de entrevista. Requerem microfones de lapela, sem fios, perchas, insonorização. Exigem uma produção alargada para ser competente, um produtor que não seja assistente, varredor e gajo dos cafés, (como esse excelente Carlos Terceira que faz tudo, castigado não só por ser bom em tudo como, sobretudo, porque não há mais ninguém). Precisam de equipas na redacção e na ferrugem, na régie e na carpintaria.
Uma programação com mais pé na rua traz vantagem na proximidade, ganha audiência que se quer ver ao espelho, publicidade para por no espelho, e ainda usufrui de borla do melhor cenário natural, pintado pelo criador de todos os cenógrafos. Dirão já os do costume: ‘Pois, quero ver’. Digo eu que pois, que era bom que vissem. Era bom sinal. Era sinal que a tal ‘identidade’ que reclamam, sem ter ideia do que falam em concreto, estava afinal a dois passos e a dar passos de gigante na sua construção. E como o homem humanus est, lá estariam todos na primeira fila das palminhas quando a coisa desse certo. E muitos puxariam galões de autor na hora da fotografia.
O equilíbrio editorial tem quilómetros para andar nos Açores, haja estrada e condutores. Valorizar as nossas raízes é importante, melhorar o nosso presente não o é menos, construir o nosso futuro é essencial. Disciplinar a Informação de um canal regional com o cilício do governo é uma pecha antiga e, no caso da RTP (seja a A seja a M seja o resto do abcedário do Minho ao Algarve) é um destino marcado à partida. Daquele bolso saem as notas que pagam os brilharetes dos criativos, se os houver. As trinta moedas que sustentam as reportagens da tanga, obrigatórias, cá e em toda a parte senão a vaca dá coices e acaba-se a mama. Assim, qualquer direcção de informação só tem um caminho para a (razoável) independência do poder político e sobrevivência com dignidade: a competência, essa chave mestra para a porta aberta da sustentação popular do canal. Seja a RTP/A fiel e verdadeira, isenta e sem rodriguinhos de favor, presente e não ausente na desgraça e na alegria dos que a vêem, rigorosa no respeito dos superiores interesses da região e verão quantos receptores de tv estarão a papar televisão açoriana de manhã à noite. E quantos empresários quererão patrocinar essas emissões, assim alguém vá lá vender o serviço e buscar a massa.
Na cultura, no espectáculo, nas artes e até no desporto da região, a televisão açoriana vem alternando entre o desprezo total e o tratamento deficiente. Os critérios editoriais, a par com a escassez de meios financeiros, são os verdadeiros patrões deste desgoverno. Em palavras simples é assim: o pouco que há é aplicado só com um olho. Fiz-me entender? Nunca estive na RTP/A numa reunião de redacção (se é que as há) para planificação de um alinhamento informativo. Nunca assisti ao distribuir de tarefas, em função da agenda da actualidade, coisa que faz a base de normalidade de qualquer redacção. Não posso dizer quantas reportagens foram marcadas por prioridade informativa, por interesse público, por relevância de acontecimento, por conveniência pessoal ou por mera acessibilidade de meios, que a gasolina está cara e as horas extra são pagas a doer. Mas sei quantas vezes, numa estação nacional (qualquer estação nacional), um trabalho sobe e outro cai só porque sim, pronto, deixa lá, hoje não dá, amanhã é outro dia e sou eu que peço, vá lá, pode ser? Mas sim, claro, pois é, nos Açores é diferente, já sei, está bem. Desculpem.
Fazer omeletes sem ovos é magia de produtor e de programador. Faz parte da arte, tem-se ou não se tem, ser bom rapaz não ajuda, atrapalha no mais das vezes. E cada um é para o que nasce, que diabo, não é defeito. Mas vá lá saber-se porquê, quando se fala de televisão toda a gente quer ser entendida, todos sabem fazer, é tudo tão fácil, tão evidente, todos têm uma visão artística genial que só os outros é que não vêem. É sempre assim com a arte e com o dinheiro. Quantos artistas de génio executam cagalhões com patine para agradar a bolsas, rechedas na inversa proporção do seu bom gosto. Quantos meios técnicos e humanos se esgotam em boas vontades saloias, mas bem intencionadas, bons rapazes, tudo bons rapazes. Mas ser bom rapaz não ajuda ninguém em televisão, nem o próprio, que cedo ou tarde se vê enrodilhado em milhões de pormenores técnicos e artísticos para cuja solução não nasceu, nada a fazer, não consegue sequer perceber muito bem de que se trata, esgota-se a comunicação, estraga-se a coesão, mata-se a cumplicidade com os técnicos e é certo partir-se para a asneira, financeira ou artística. Conjugar as duas coisas com mestria é arte de muito poucos, ou não fossem os entendidos em produção e programação televisiva uma escassa meia dúzia em Portugal. Não temos de ser todos entendidos, nos Açores. Mas também não precisamos de ser parvos a fingir que o somos.
O financiamento de uma estação pública é algo que me escapa à compreensão. Sofro de um complexo de Estado desde cedo, nem o abono de família dos meus cinco filhos alguma vez recebi ou quis receber (as mães acho que sim, nunca perguntei). Acredito na iniciativa privada como primeiro caminho, o penduranço no erário público ficará para quando for velhinho e incontinente, que Deus espero não queira. Mas admito e reconheço que a RTP é Portugal, ponto. Que a RTP é serviço público, ponto. Que a RTP é o melhor sítio para fazer televisão no nosso país, ponto. E que a RTP/A deve ser financiada, nos seus custos fixos de prestação mínima, pelo Estado português. Ponto final? Não. O ponto final está para além do risco privado, civil e empresarial, do mercado onde se compra, troca, inventa, produz, faz e só acontece vender se for anunciado e publicitado. É aí que se deve procurar o ponto final da busca pelo financiamento, não no Diário da República que traz o OGE. Há um mercado empresarial nos Açores igual ao que existe em toda a parte, só que mais pequeno. As regras são iguais para todos, que são estudadas e baseadas no nervo fácil da espécie humana. Os presidentes vendem-se como os sabonetes, dizia Pinto Balsemão, com um exagero que não invalida o acerto maior da reflexão.
O que não existe na RTP/A (nem nos Açores) são duas coisas fundamentais. Não há um departamento comercial orientado pelo profissionalismo de uma cultura de venda, nem uma cultura de compra por parte de uma classe empresarial estragada pelo conceito de ‘dar’ publicidade de esmola em vez de a comprar, como ao azeite, batatas e papel higiénico de que necessitam lá em casa. Pois o caminho para a RTP/A está em explicar a esse ror de gente que aquela coisa dos retratinhos nas festas dos baptizados dos filhos e das páginas inteiras a dizer maravilhas do petisco que até sabia a merda, não o vai ajudar no final do mês, quando fizer o balanço de economato. Não é a vizinhança saber que ele é rico e poderoso que o vai tornar alguém assim. Não é o elogio barato, vulgar e bacoco que vai melhorar a qualidade das suas soluções, antes aperta os calos do seu problema. A publicidade paga-se na directa proporção do que é capaz de vender, e não porque a vendedora é brasileira e tem mamas grandes.
Para acabar este princípio, sobra o principal. Ou melhor, falta o principal. Gente. Exacto. Gente, pessoas, talentos e braços para abraçar a televisão nos Açores. Gente que não seja já vedeta, burro velho que já foi precioso e deve ser para sempre recordado com respeito, mas que já não aprende línguas nem consegue aprender que já não consegue aprender. Confuso? Então imaginem-se com vinte, trinta anos das vossas vidas entregues a um entusiasmo, a uma aventura de tecnologia e deslumbramento pioneiro, a uma arte que consumiu as vossas horas livres, o tempo das vossas famílias, o sacrifício de horas e horas a mais só por gosto, para depois vir um gajo qualquer com um brinco na orelha e um ar apaneleirado dizer-vos que vamos gravar assim ou vamos editar assado, porque ele é que sabe. Se partirem deste raciocínio e tirarem o brinco e o ar apaneleirado, obtêm com facilidade um retrato aproximado da reacção que faz, na massa humana da RTP/A, qualquer pessoa que de fora do seu restrito grupo de interesses e amizades venha fazer televisão para os Açores.
Assim sendo, qualquer solução para a RTP/A passa pela revisão escrupulosa dos seus quadros internos, goste-se ou não, à luz de critérios de estrita competência profissional e disponibilidade pessoal. Eu sei que esta teoria nunca foi bem aceite na RTP, nem na nacional, quanto mais na Açores. A RTP, cá, lá e em toda a parte, é como o exército: a velhice é um posto e o patrão não chateia muito. Empenho, amor à camisola, sacrifício e abnegação, na RTP, guardam-se para quando a gente está a trabalhar para o pullitzer, que para o dia a dia é ‘para quem é bacalhau basta’. A rotina dos anos mata a magia em gente desmotivada, quanto mais em quem nunca a teve e até foi para ali porque era seguro, função pública, era a RTP e aquilo até se faz bem. A solução para uma nova RTP/Açores terá obrigatoriamente por passar, mais tarde ou mais cedo, pela juventude da nossa terra, onde morarão as vocações de ouro que vão perpetuar esta arte. Só que a gente não as conhece, não me venham falar em concursos públicos para a RTP que eu começo a rir à gargalhada (Pedro, lembras-te de Madrid?). Abram-se as portas a um casting feito com cabeça e olho clínico, não de brincadeirinha como têm sido feitos, a gozar com as vocações e com os corações dos nossos jovens, para tudo se acabar numa grande frustração geral e entrarem os primos de alguém da casa, mais ou menos próximos.
Há um papel importantíssimo reservado para os profissionais mais antigos da RTP/A. Um papel único e indispensável, pela sua experiência, traquejo e sabedoria. Mas cabe ao director da RTP/A definir qual é esse papel, enquadrá-lo no seu plano e de mais ninguém, já que é dele a cabeça que se pede se der disparate. Cabe ao director da RTP/A decidir quem vai e quem fica nesta aventura, para onde vai e onde é mais preciso no quadro de uma planificação superior que não tem que nem deve mostrar ao primeiro pateta que lhe peça explicações, públicas ou não. E sempre que se sentir traído nos seus objectivos pelo pézinho na engrenagem, essa marca registada na técnica érretêpiana, deve o director da RTP/A correr com tal empecilho na hora, custe a indemnização que custar, sim. Porquê? Por vaidade pessoal, teimosia, despotismo? Não. Por visão de administrador, estratégia de programador e decisão de patrão assumido, na ausência do Estado português que não cabe nas instalações. Toda a gente que ficar tem obrigação de dar o litro, mas de trabalho, não de opiniões de gestão e estratégia. Não faltam sapateiros agarrados à rabeca, na televisão regional. Se estiverem a tirar o lugar ao futuro do audiovisual na nossa terra, a entupir o canal dos talentos e das vocações, teimosamente sentados na sua própria incapacidade e a prejudicar as novas gerações e a todos nós, então fora com eles. Não coiso nem saem de cima? Então há que chutá-los, mesmo que sejam bons rapazes.
Eu sei que não deve ser agradável ler uma análise crua e desapaixonada da situação da RTP/A. Ditas as coisas assim, os gajos isto, os gajos aquilo, a tendência é concordar, não tenho dúvida. Mas quando se põe a cara do Zé da esquina, do Manel daqui, ou do João dali, que é pai deste e primo daquele, e a filha dele andou à escola com o sobrinho do irmão de todos nós, a coisa fica mais difícil, é normal que assim seja. Mas nessa altura deve-se pensar, com justeza igual, no António das couves e no Luís das iscas que até são competentes e estão disponíveis para o novo projecto mas vão perder o que têm e o que são profissionalmente por causa de meia dúzia. E aí, não há hesitação. Há que decidir. Ser director é isso mesmo.
A produção externa nos Açores poderia ser uma solução de compromisso, mas é uma piada de gosto duvidoso, trabalhos em V8, editings caseiros, estúdios de fundo de quintal, chico-espertos em todo o lado e o compadrio de sempre. Têm todos uma coisa em comum: são ou foram, ou têm um primo, irmão ou amigo na RTP/A. Juntaram uns tostões, fizeram um crédito à banca e agora são Filipe La Féria a produzir, Fernando Ávila a realizar e Endemol a parir programas de televisão que, alguns, eu não mostrava a ninguém por vergonha de caixão à cova. Os operadores são sempre os mesmos quatro ou cinco, os contemplados com a locução, produção, montagem, realização, idealização, sempre os mesmos seis ou sete, o que significa que o resultado é sempre igual ao mesmo, igual a si próprio. Chorei a rir quando vi há dias um abaixo assinado, já não sei onde, a pedir assinaturas para ‘não permitir que acabe o programa Estação de Serviço e que a Susana e o Vasco Pernes não deixem a sua apresentação’. Ri porquê, porque eles não prestam? Nada disso, deixem-se de fitas. Porque eles são iguais em qualquer programa, isso sim, que história é essa do Estação de Serviço? Um clássico? Da asneira, talvez.
Eu tenho ideias para a RTP/Açores. E tenho o telefone do director, dois trrims e ele está lá, faz favor. O que não tenho é o direito de lhas impor a frio, como se fossem verdade suprema. Nem ele tem a obrigação de as ouvir e a quente bater palmas ao pretenso iluminado. As ideias devem fazer-se valer por si próprias, pela sua qualidade e oportunidade, na circunstância. E depois não serei o único a ter ideias, na minha terra a inteligência cresce como o verde. O que falta é tom de voz. Espalhados pelas nossas nove ilhas estão talentos em bruto, por descobrir e por ganhar para essa arte fabulosa que é a televisão. Ideias e gente, opiniões e estratégias, amigos e inimigos, vizinhos e compadres, está mais que na hora de se juntarem todos e todas em redor de um projecto comum de televisão regional. Não para dar palpites de como devia ser, ora agora ponha assim, ora agora faça assado, que para atirar sentenças há muitos, já chega, obrigadinho. Mas sim para fazer cordão firme com o primeiro timoneiro que aparecer com conhecimento, coração, cabeça e tomates para agarrar o leme da RTP/Açores e levá-la a porto seguro. Ao abrigo dos ventos, que sopram sempre cruzados, do poder e de baixo. E capaz de marés talvez nunca sonhadas por quem pôs de pé esta obra que nos compete continuar com dignidade, até por eles. Não é uma maré impossível de conseguir. Nada impossível, mesmo. Assim haja timoneiro.
Pedro Bicudo?