Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


sexta-feira, 4 de abril de 2008

Uma questão de tomates


Dizem que é bom tê-los, que convém, sei lá. Ter tomates é ser macho, é ser cabra da peste, destemido e valentão, rijo que nem cornos. Mainada. Um indivíduo tem tomates quando se afirma, caramba, não antes. Isto não é só tê-los, embora ajude bastante; há que mostrá-los de vez em quando para impor respeito. É assim a regra. Mas cada um brinca com os seus, é outra regra de ouro. Não se mexe nos tintins dos outros meninos, é feio e podem levar a mal, que há gente muito mal pensada neste mundo. Que o diga David Jarolim, jogador do Hamburgo, castigado pela federação alemã depois de ser expulso no jogo contra o Arminia Bielefeld. Porquê? Porque deu em mexer nos tintins de um outro menino, Markus Schuler, jogador da equipa adversária. E o árbitro não perdoou, foi vermelho directo. E pior fez a federação alemã, logo a seguir: quatro jogos de suspensão pela gracinha. Um castigo duro, que Jarolim vai ter de cumprir sem piar. Para o que é preciso ter tomates.

1 comentário:

Rui Rebelo Gamboa disse...

Os futebolistas não cessam de impressionar. Porque isto parece ser um acto bem planeado. O Jarolim deve ter dado voltas e voltas naquela cabeça, sobre como poderia agredir um adversário e passar despercebido. Quase deu. Não fossem a Tv ter dezenas de imagens dos mais variados ângulos.