
As minhas preocupações são outras, neste bintóito decembrino. Ando a cismar com o diacho da biblioteca em si. Com o estado da coisa, se é que me faço entender. Afinal, carrego esta tralha toda desde que me lembro de mim, sempre de um lado para o outro e cada ano mais atestada de livros. E nem sempre nas melhores condições atmosféricas, convenhamos. Aparentemente continua tudo sólido, mas nunca se sabe. Corro prateleira a prateleira e vou detectando umas lascas no verniz, coisitas pequenas, uma mossa ou outra, uns pregos cravados mas disfarçados, arranhões, falhas, alguns primeiros sinais de caruncho, aqui e ali. As dobradiças rangem um pouco. O peso vai-se notando. Fico preocupado, claro que fico preocupado. É que ponho-me a olhar para aquela livralhada toda e palavra de honra: só penso que se alguma coisa dá para o torto, não tenho um armazém de jeito onde a guardar.
4 comentários:
Cinco armazéns, e isto assim de cabeça. Não chegam?
Rui
Nada de preocupações. Desconfio que os livros mais pesados se volatilizam da nossa biblioteca. Está lá a lombada, sabemos que existe mas se tivermos a nossa biblioteca bem arrumada, não nos pesa.
Os livros que verdadeiramente nos marcam são os arejados, os felizes e os bem escritos ;-)
Beijos
Saci
P.S.- Ainda assim, disponibilizo, não um armazém, mas uma garagem onde cabem esses aparente vinte e tal livritos.
Não há melhor estante para um livro do que a memória: do seu criador e dos seus leitores.
... e as últimas edições são sempre melhores: aprofundam e corrigem as anteriores.
t,
está tudo alugado a estranhos.
saci,
onde raio foi buscar os vinte e tal? dezasseis, se faz favor.. going on seventeen.
mifas,
sábias palavras.
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