Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


sexta-feira, 14 de março de 2008

Um ministro de raça perigosa

Nasci num país estranho, eu sei. Mas adoro a minha terra e, digo sem hesitar e depois de algum mundo corrido, este é o melhor país que eu conheço para se viver. O que não impede, de vez em quando, que me salte a tampa com aquilo que vejo acontecer neste Portugal dos tristes como Jaime Silva, ministro socrático da Agricultura, que hoje anunciou querer assinar, já na próxima semana, um despacho proibindo a importação, reprodução e criação de cães de sete raças consideradas perigosas e de todos aqueles que resultem do cruzamento de animais destas raças. Vai mais longe ainda a sanha legisladora do despachante Silva. O senhor Ministro da Agricultura anunciou também que foi solicitado (a quem, não disse) um estudo sobre as raças consideradas de risco, nomeadamente Pit Bull, Rottweiler, cão de fila brasileiro, dogue argentino, Staffordshire Terrier americano, Staffordshire Bull Terrier e Toza Inu, estando em preparação um despacho que obrigará os donos a procederem à sua esterilização, no prazo de dois meses. Exactamente, leu bem: esterilização, dois meses. Para a definitiva extinção destas raças no nosso país, por decisão iluminada do senhor Ministro da Agricultura.

Jaime Silva explicou que esta decisão se prende com o histórico de acidentes «gravíssimos» com estes cães que têm vindo a ocorrer em Portugal. Em declarações à TSF, o ministro da Agricultura admitiu não gostar de medidas «drásticas» de proibições, sublinhando, no entanto, tratar-se de casos que «impõem estas decisões». Ou seja: incapaz de regular com sensatez e objectividade as condições neessárias e suficientes para a sobrevivência destes animais, este ministro iluminado propõe-se tomar medidas para extinguir estas raças no nosso país, salvando assim Portugal destas ameaças que, espera-se, possam continuar a existir noutros países onde não existam imbecis deste calibre em lugares de acesso à feitura de leis como esta.

Recorde-se que a lei que estabelece o regime sobre animais perigosos, de resto contestada desde o início por todas as entidades e associações do sector, com natural destaque para o Clube Português de Canicultura que contesta até a selecção das raças consideradas perigosas, foi aprovada em Agosto do ano passado, sem que fossem ouvidos os especialistas na matéria, mas ainda não se encontra regulamentada, o que já foi alvo de crítica pelo PCP, CDS-PP e Bloco de Esquerda (BE), que acusam mesmo o Governo de desleixo. Eu não vou tão longe na crítica, não me passa pela cabeça chamar desleixado ao senhor ministro da Agricultura. Nem tampouco chamar-lhe nabo, cedendo à tentação da piada fácil. Não é hora de piadas, face a declarações como estas feitas por este ministro de raça perigosa. Não há cães perigosos, tal como não há ministros perigosos; existem, isso sim, donos perigosos e gente estúpida e incompetente. A intenção legislativa de Jaime Silva é politicamente autista, malformada de raiz e socialmente criminosa. E vem confirmar a suspeita antiga de que este senhor é, enquanto ministro, uma besta. E, enquanto ser humano, um animal.

29 comentários:

Anónimo disse...

Meu rico Rui Vasco : Como sinto a tua raiva !!! Nem imaginas !!!! Até eu, só de ler, fiquei com uns calores de raivinha, que nem queiras saber ... grandessíssima besta, realmente ! Ai, que raiva, merda, nem sei o que escrever, bolas. E então os nossos, hem ??? Lambras-te da veterinária que queria castrar meu Diabrete ? O garanhão de Rabo de Peixe ??? Capem-se eles uns aos outros pra não se reproduzirem, que eles é que são perigosos. Merda, merda, merda, tou zangada !!! Bjocas

Anónimo disse...

Os acidentes graves, que eu tenha ouvido noticiar, foram com PitBulls e Rottweillers. Toda a gente sabe que são raças que podem ser perigosas, mas daí a querer extinguir a raça em Portugal ?!?!?! E acabar até com os descendentes ?!?!?! Este gajo não tá bom da cabeça, precisa ele de tratamento. Vamos à Sociedade Protectora dos Animais, hem ??? Também há aí no "contenente" ?

Anónimo disse...

Acabei de ver a notícia na RTP. Realmente a idéia deixada de que os donos poderão abandonar os cães, por não quererem pagar a esterilização, é muito boa. Ficam por aí à solta pelas ruas. Boa, não? "Soluções merdosas no Portugal que temos " ...

Anónimo disse...

Tenho uma cadela que veio de uma ninhada de 11, e é filha de um puro fila brasileiro, que é um animal nobre, doce, simpático, podendo andar à solta em qualquer lugar. É muito mais charmoso e menos perigoso que o dono (Quem será?)
Esta cadela também não faz mal a uma mosca e... Novidade!!! Está já para ter cachorrinhos. Palavra de honra que sou bem capaz de ficar com a ninhada toda só para ensina-los a ir morder os tomates do atrasado mental que teve a idéia de se transformar num Hitler para a população canina. Grande besta, não há dúvida!
Rui, bom amigo, é claro que estou a brincar no 1º. parágrafo, até porque os cães, na sua normalidade, são o espelho fiel dos seus donos, mas no segundo falo muito a sério. Tens aqui um aliado para esta guerra.

Rui Vasco Neto disse...

senhores,
tenho uma nova palavra de ordem, depois do campos da saúde: «O Silva é um animal perigoso». Mainada.

Anónimo disse...

Portanto: se o Siva é um animal perigoso, com esta nova lei, convém leva-lo ao veterinário para ser castrado de modo a que a sua espécie não se reproduza, pelo menos em Portugual. Estamos de acordo.

Anónimo disse...

É fácil falar quando não são os vossos filhos ou as vossas crianças a serem atacados ferozmente por um pit bull ou um rottweiler. A ficarem marcados no corpo e na alma, onde as cicatrizes custam muito, mas muito mais a cicatrizar. Aliás, elas vão perdurar para o resto das suas vidas. O medo aos cães não irá desaparecer, por muitas consultas que se façam aos psicólogos. E não só as crianças são atacadas, também os adultos o têm sido com frequência. Triturados! Quem falou aqui na morte dessas crianças? Se não estou em erro, uma na zona de Palmela (há uns anos) a outra em Loulé, recentemente. A medida do ministro pode não ser feliz, mas pode ser eficaz. Para nossa tranquilidade e segurança. E fiquem descansados: até que as raças de cães consideradas perigosas desapareça de Portugal, ainda muita criança há-de ter a desdita de ser atacada. E agora, um desafio: apresentem uma solução melhor do que a do ministro. Só li críticas. Soluções, onde estão elas?
E o negócio canino? A sua importação, reprodução e venda, que dá bom dinheiro, uma vez que desde há uns anos é de bom-tom ter um cão de raça? Que me dizem da negociata? E porque será que noutros países europeus a listagem de cães considerados perigosos é muito mais extensa do que a nossa? O serra da estrela, nesses países, faz parte dos cães a abater! E os senhores ainda se escandalizam!?

O senhor alfredo gago da câmara confunde esterilização com castração. Além de gago é parvo, coitado…

Anónimo disse...

Eu também gosto muito de Portugal. Acerca disto estaremos de acordo. Quanto ao resto, não me pronuncio. Só retirava era aquele nome erradamente atirado ao Alfredo. Coisas do anonimato.

Anónimo disse...

Pois é. Embalei-me num humor negro que me levou apenas à sugestão da castração de um senhor Silva e não de qualquer cão. Daí não entendo que qualquer pessoa, (a não ser que seja mesmo parva) ajuize uma confusão que não fiz, mas que se assemelha muito com a célebre frase: "antes morrer do que perder a vida".
Muitas vezes penso e aproveito agora para escrever, que, neste país o que mais falta faz, é a educação e a coragem. (não é a esterilização de cães).
Quem semeia ventos, colhe tempestades. A brutalidade e a agressividade humana, também se transmite aos animais. Há pessoas que passam na minha rua, atiram pedras aos meus cães e esconde-se atrás do muro de pedra. Incrível esta semelhança que existe com os humanos anónimos que atiraram palavras a alguém que está identificado. Infelizmente há, de facto, algumas crianças que pagam por adultos a quem lhes devia ser mordida a língua.

piedade disse...

Caríssimo(a) Anónimo(a) : Importa-se de me explicar qual é a diferença entre esterilização e castração ?

Anónimo disse...

Bom, e quanto a soluções, não li nenhuma! Apenas «palha» para encher comentários. Conversa injustificada, a derivar, a empolar o que não tem relevância. A fazer esquecer o essencial do meu comentário. Com o propósito de passar uma esponja sobre o assunto?
Supunha que o nome alfredo gago da câmara fosse pseudónimo. Se é verdadeiro, lamento, mas não retiro o que escrevi. E creia, senhor gago da câmara, nos tempos que correm, ou nos artigos e comentários que correm na Net, chamar «parvo» a uma pessoa pode ser considerado um verdadeiro mimo, ou tem dúvidas? Basta que volte a ler o artigo do senhor RVN e os vossos próprios comentários. Não tenho nada a ver com o ministro. Mas reconheço que se trata de uma pessoa. Ministro ou não, a vossa liberdade de linguagem parece-me ter ido longe demais. Mas é na palavra «parvo» que reparam. É nela que pegam. Se tudo isto não fosse deplorável, dava vontade de rir.
Diz o senhor alfredo que atiram pedras aos seus cães. Lamento de novo, adoro animais. Mas com tantos e sofisticados sistemas de segurança contra intrusos ou assaltantes, porque razão se teima em utilizar os cães (perigosos) para guardar a casa de cada um? Para colocar em risco a vida dos outros que não são intrusos nem assaltantes!? Ou seria assaltante a senhora que morreu em Sintra em Março de 2007 atacada por uma dessas feras? E a menina de 12 anos com ferimentos graves atacada em Lagoa no passado mês de Fevereiro? E a de 20 meses com lesões profundas no crânio e na faces, atacada em Loulé, no dia 14 de Fevereiro?

Ao senhor Daniel de Sá faço uma pergunta: será o senhor o avô, dono do cão que lhe matou a neta, há uns aninhos atrás? Além disso, se «não se pronuncia» sobre este importante assunto – atitude dos acautelados, para não dizer outra coisa –, o que veio fazer a esta caixa de comentários? Apenas consolar o amigo, o senhor gago, pela grande ofensa que recebeu? Então, a si, digo-lhe para ter juízo. É o menos ofensivo que posso arranjar.

Maria Antónia Godinho Oliveira

piedade disse...

Sra. D. Maria Antónia Godinho de Oliveira : mais uma vez lhe peço : importa-se de me explicar a diferença entre castrar e esterilizar ?

Rui Vasco Neto disse...

anónimo/maria antónia,
Procuro o essencial do seu comentário e tudo o que encontro é ignorância, medo e ignorância. Estas três coisas no que toca ao assunto do post, porque no que diz respeito ao resto - o tom soberbo de quem fala para parvos - só vejo má educação. Mas, como a senhora diz que "nos tempos que correm pode ser considerado um mimo", eu escuso-me a qualquer reparo nesse sentido. Se me diz que os outros também fazem, deve ser o certo e está desde logo justificada.
Repete que ninguém lhe dá soluções, eu pergunto-lhe: para que problema, especificamente? Tem a certeza que sabe? Julgo que não. Para o problema das raças de cães consideradas perigosas pelos políticos (apesar de, da selecção aos critérios passando pelos normativos impostos, a produção legislativa que existe ser contestada por TODAS as entidades, pessoas e associações que de facto entendem de cães)? É que se é para esse problema a solução já foi parida e está em vigor (dec-lei 74/Março 2007), pese a sua ignorância.
Então quererá talvez a senhora solução para o problema das pessoas não cumprirem a lei? Percebo perfeitamente, junto o meu ao seu lamento, vejo o seu medo, mas diga-me: acredita de facto que impedir a Vida soluciona o não saber vivê-la? Proibindo os cães de existir não se é mordido, isso é um facto, tal como se cortar as suas pernas é garantido não ter calos nos pés. Mas sabia que já há umas pomadas, calicidas, pensos almofadados, todo um mundo de soluções para os calos pensadas por quem quis ser construtivo e não destrutivo na busca de soluções. Só para a estupidez não há remédio, ou há: esterelizamos todos os seres vivos, não nascem mais estúpidos. Nem espertos, de resto.

Tem triste figura o seu argumentar. Fala no negócio canino "que dá bom dinheiro, uma vez que desde há uns anos é de bom-tom ter um cão de raça" e passa pelo óbvio embalada no disparate: se for proibido, dá mais dinheiro, a lei seca ensinou mas os burros não aprendem. Depois espalha-se na censura dos "cães perigosos que guardam a casa", desejando talvez um lulu de lacinho rosa para lamber os ladrões para quem vive em propriedades rurais mais ou menos isoladas. Mas isso não lhe interessa, porque ao narciso só interessa o espelho, é sabido.

Todos temos direito a dias menos felizes no nosso acordar. Espero (ou não) que tenha momentos melhores que aqueles que escolheu para esculhambar à direita e à esquerda de quem não partilha dos seus terrores mal resolvidos e desse seu pânico que é comum a toda a ignorância. A História está recheada de massacres que aconteceram à conta da ignorância e do medo da diferença. O homem, em especial o comodista cobarde, tem medo do que não conhece, e quando é merdoso de formação opta por disparar primeiro e indagar depois. Entre os Incas e os cães perigosos a diferença não é de monta, na óptica do ignorante. Assutam-no, estorvam, incomodam, abatam-se. Já não há mais problemas. Espero que, nso seus dias bons, tenha uma visão diferente do viver.

Porque a minha intenção e o meu interesse primeiro neste assunto é vê-lo debatido com cabeça e não no grito histérico, (e sem perder de vista o essencial, que é aqui a sobrevivência e o direito à vida de animais que não têm culpa da estupidez dos humanos) transcrevo aqui, para si e para todos, um texto que julgo importante ler pela quantidade e qualidade da informação que contém relativa a este tema. Foi assinado por alguém que não conheço num comentário do Arrastão. Vai na íntegra, espero que lhe faça luz numa alma que, sinceramente, suspeito escura pelas pistas que deixou.
Aceite os meus cumprimentos.



Paulo Alexandre 15 Mar 2008 às 0:21

Cumpra-se a Lei. Já existem muitas leis (Lei nº 49/2007, Portaria nº 421/2004, os Decretos-Lei nº 312,3,4,5/2003) sobre o mundo canino e sobre os cães potencialmente perigosos. Só que quase ninguém cumpre a lei. Já por diversas vezes tenho vindo a alertar o Sr. Ministro da Agricultura bem como a Direcção Geral de Veterinária para esse facto.

As Câmaras Municipais (CM) e o Estado e a DGV não deveriam fiscalizar pelo cumprimento das leis?

Segundo o art. 18º do Dec. Lei 313/2003, compete à DGV, às DRA, à Inspecção-Geral das Actividades Económicas, às Câmaras Municipais, aos médicos veterinários municipais, às juntas de freguesia, à GNR e a todas as autoridades policiais assegurar a fiscalização.

É de lei registar os cães na junta de freguesia de residência (Portaria nº 421/2004).

O Clube Português de Canicultura (CPC) só regista (não obrigatório) no Livro de Origens Português (LOP) os cães com pedigree e cujos donos não estejam suspensos por este (CPC) de todas as actividades cinológicas. O LOP é da responsabilidade da DGV mas delegada no CPC. Veja-se o exemplo dos registos do gado bovino.

E já agora, quantos cães existem em Portugal? Quantos estão registados (perigosos ou não)?

As Polícias (PSP, Municipais, …) multam o dono do cão por não trazer a trela, não ter açaime se for caso disso, se defecar em espaços públicos, …? Muito provavelmente não. Mas se as anteriores infracções são fáceis de detectar, punir o facto do cão não estar registado, é mais complicado.

Deixo uma sugestão, solicitem à pessoa que passeia o cão, o nome e morada do proprietário do animal e enviem os dados para verificação para a Junta de Freguesia (JF) e apliquem a lei. A DGV através das CM e das JF faz a vacinação anti rábica. Verifiquem se têm o registo e o microchip. Até os próprios médicos veterinários o podem fazer. Isto tudo é uma questão cultural e de civismo.

As CM e as JF pactuam com estas irregularidades e só quanto existe uma desgraça é que actuam e os senhores jornalistas já têm matéria para páginas nos seus jornais e abertura de notícias na rádio e televisão.

“LOP – Livro de Origens Português, pedigree, o registo de nascimento dos cães de “raça pura”. O LOP foi criado em 1932, para fazer o registo genealógico, para a identificação dos cães de raça pura, existentes em Portugal, conforme despacho ministerial de 29 de Março de 1939 (Diário do Governo, nº 91, 3ª Série de 20 de Abril de 1939) – ponto 1 do art. 1 do Regulamento do LOP, http://www.cpc.pt/cpc/regulamentos/lop_ri.pdf .”

O registo na junta de freguesia de residência é obrigatório para qualquer cão, mas é autorizado, por parte do CPC e das autarquias, onde são realizados os eventos caninos, participarem sem o devido registo e ninguém solicita autorização à Direcção Regional de Agricultura, conforme, o Dec.-Lei nº 314/2003 de 17 de Dezembro. Nestes eventos não existe fiscalização, apesar dos folhetos de divulgação constar o nome de um médico veterinário. O médico veterinário, em muitos casos, não aparece, e quando aparece, faz uma verificação do boletim de vacinas de uma forma aleatória e/ou com a presença do microchip, esquecendo-se da vinheta da junta de freguesia e se acontecer não ter a vinheta da junta, não acontece nada ao prevaricador.

Será que o médico veterinário (se aparecer) vai ver (artº 5 Decreto-Lei nº 314/2003) todos os cães? Talvez não, e se fizer alguma verificação, esta é aleatória e itinerante, segundo as regras do CPC (www.cpc.pt/?exposicoes/2007/info/veterinario).

Será que o médico veterinário municipal vai ver selo ou carimbo do licenciamento de cães, “potencialmente perigosos” ou não, no boletim sanitário? Talvez não. E se o médico veterinário der pela falta do selo ou carimbo? Passa à frente, porque esta responsabilidade é do Presidente da junta da área da exposição.

Os cães considerados “potencialmente perigosos” vão andar de açaime no espaço público da exposição? Não. É punido? Não.

As exposições e ou concursos caninos pedem autorização às Direcções Regionais da Agricultura (nº2 do art. 4º do Dec. Lei nº 314/2003)? Talvez não.

PS - Por falar em cães, existe um buraco no Decreto-Lei nº 74/2007 - cidadãos portadores de deficiência com cães de assistência pois este não é possível de ser cumprido. Quais são os “estabelecimento idóneo e licenciado que utilize treinadores especificamente qualificados” em Portugal? A profissão de treinadores de cães é reconhecida oficialmente?

Para ser mais fácil a vossa consulta, junto envio o enquadramento legal.

A Portaria nº 421/2004, de 24 de Abril, obriga a que os proprietários de cães tenham a licença de residência, dos seus cães, passada pela junta de Freguesia. No nº 2 do art. 6º, da mesma Portaria diz:” A junta de freguesia, ao proceder ao registo e ao licenciamento de cães e gatos, colocará um selo ou carimbo no espaço para isso reservado no boletim sanitário de cães”.

O Decreto-Lei nº 313/2003, de 17 de Dezembro, obriga à identificação de todos os animais de companhia, bem como ao registo de licenciamento na junta de freguesia, da área de residência.

O Decreto-Lei nº 314/2003, de 17 de Dezembro, estabelece as regras relativas à posse e detenção, exposições, …

O art. 5º diz o seguinte: Compete à organização da exposição:

a) Assegurar a presença do número de médicos veterinários necessários ao cumprimento do disposto neste diploma;

c) Salvaguardar os aspectos de segurança, no caso de animais potencialmente perigosos, que deverão estar convenientemente açaimados ou protegidos do contacto com o público, quando fora do concurso;

d) Disponibilizar os meios que os médicos veterinários considerem necessários ao bom desempenho das suas funções.

O art. 6 obriga os médicos veterinários a examinar a documentação sanitária.

Segundo o art. 16º compete à junta de freguesia da área da prática da infracção (falta de registo) a instrução dos processos relativos às contra-ordenações previstas nos nºs 1 e 2 do artigo 14º e o produto das coimas é distribuído em 10 % para a entidade que levantou o auto e 90 % para a entidade que instruiu o processo.

Rui Vasco Neto disse...

explicação do óbvio, só para os mal intencionados:
as circunstâncias legais, sociais, morais, animais e outras, do assunto 'cães perigosos em Portugal: quais são, como ficam perigosos,como co-existirem com os portugueses', não se esgotam, evidentemente, no texto que transcrevi, no que escrevi ou no que foi aqui dito nesta caixa de comentários. Agrupar opiniões e amizades em sacos comuns, tipo clubes com voz de chefe, é vontade tola. Cada um escolheu a sua forma de comunicar o que pensa, o tom do seu discurso e o póprio discurso, como é desejável que seja. Assim nos revelamos todos. Eu cá sou responsável pelas minhas palavras e pelas minhas opiniões, de ninguém mais. A transcrição deste comentário de Paulo Alexandre não implica que eu concorde ou discorde dele e/ou da sua correcção no que diz. Mas é uma achega construtiva para um debate que é tanto mais urgente quanto a escassez de tempo até à assinatura do despacho normativo o impõe. São bem vindas essas ideias, todas as ideias capazes de gerar mais e melhores ideias para soluções que se precisam com a mesma urgência. Ou mais.

Rui Vasco Neto disse...

errata:
por várias vezes já tive ocasião de explicar que as respostas aos comentários são escritas de forma diferente dos textos e artigos, num repente e sem revisão sequer. É por isso natural que aqui e ali se possam encontrar gralhas de concordância ou acentuação ou outras. São gralhas, lamento. Eu erro, com alguma frequência, lamento dizer.

Sabina disse...

Caro Alfredo

Tenho por mim que tem muita razão em fazer humor (negro ou colorido) com esta notícia. Palhaça com palhaçada se paga. Acrescento ainda que os anónimos que lhe atiram pedras (e aos seus cães também) são obviamente perigosos, e esses sim, deveriam ser esterilizados. Ou mesmo castrados, se mais doloroso fosse.

Cara anónima
O seu comentário faccioso, a roçar a falta de educação e a atirar para todos os lados (os que são contra a ridícula lei ou apenas quem se absteve) é apenas o espelho da sociedade desinformada (ignorante será demasiado severo?). Trazer a discussão a menina loirinha que foi mordida ou o senhor que ia na sua vidinha e foi atacado, são argumentos que não me comovem. Da mesma forma que não a iria comover se eu lhe falasse de um animal dócil, protector, inteligente nem dum outro, única companhia de uma velhota que o encontrou abandonado na rua. E em ambos os casos, acredite, são animais que pertencem ao tal grupo das tais raças supostamente consideradas perigosas. Teria todo o gosto em apresentar-lhe algumas soluções mas o autor do blog já lhe respondeu e fundamentou. Deixo-lhe apenas uma pergunta: o que acha que irá acontecer quando as tais raças supostamente perigosas estiverem exterminadas em Portugal? É que a mim parece-me demasiado fácil nascerem outras raças, com outros nomes mas que façam exactamente aquilo que estas fazem: o bem e o mal quando devidamente treinados para isso. E depois? Exterminamos essas também? E outras a seguir? E por aí fora? E já agora, o meu gato doméstico, castrado, capaz de se atirar a si como só os felinos o sabem fazer, se visse em si uma ameaça para ele ou para a dona, também deveria ser considerado uma raça perigosa? (Pobre raça ‘bichanus rafeirus’)

Caro Rui
Obrigada pelo esclarecimentos que trouxe à discussão. Assim vale a pena passar os olhos por estas caixas de comentários. Espero que corra tudo bem com o seu cão. Dizem que é um animal nobre e educado, características que cada vez menos se encontram nos humanos.

piedade disse...

Mas desde quando é que necessitas fazer erratas aos comentários ? ai,ai,ai... Voltamos mais tarde, já passa da hora e ainda não jantámos ... tem acento ou não ?

Anónimo disse...

Não se dê mais a incómodos comigo, RVN. Já tinha ficado suficientemente esclarecida de que para si e para os seus amigos a morte de uma criança (ou de um adulto) ou a sua mutilação para o resto da vida não constituíam qualquer problema. A vossa preocupação reside, sim, na eventual esterilização de cães, autênticas feras, considerados um perigo público.
Afinal, quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos cães, sabia? E pode incluir na lista os pit bull, os rottweiller e outras «marcas» do género. Apesar de tudo, sempre têm a atenuante de ser irracionais.
Se não cortar o comentário, agradecia-lhe que explicasse à dona Piedade em que consiste a diferença entre esterilização e castração. Sempre foram dois pedidos de esclarecimento! Naturalmente, a dona Piedade não chegou a ter a disciplina de Educação Sexual na escola. Que não tema pelos seus cãezinhos, porque mesmo depois da esterilização, vão continuar a ter as suas relações íntimas com as cadelinhas das redondezas. E o clímax de sempre.

Insaciável: um pequeno reparo, a «menina loirinha» que serve a sua insaciável irreverência e falta de respeito, não foi mordida, foi morta.

Maria Antónia Godinho Oliveira

piedade disse...

Olha meu caro, já jantei, mas estou com um sono danado. Resumindo, em minha opinião, aqui como em tudo, o caso não pode ser generalizado. Há casos e casos e o Sr. Silva, se quiser, terá de ver os casos todos um a um, se conseguir, porque as maiores feras devem estar muito bem guardadinhas, preparando-se para aquela bestialidade das lutas de cães clandestinas que se fazem por aí. Não acredito que as Associações todas que existem relacionadas com os cães, não se metam a fazer barulho para defender os cães que, como o teu Gastão, são de raça perigosa, mas não fazem mal a ninguém. Um beijo para ele. No focinho !!!

Rui Vasco Neto disse...

maria antónia,
para quem começa a pedir 'não se dê a mais incómodos comigo', acabar a pedir que eu vá explicar não sei o quê a este ou aquela só pode ser falar por falar, não para dizer coisas. E, pior, insiste nos 'amigos' e nas conclusões disparatadas «para si e para os seus amigos a morte de uma criança (ou de um adulto) ou a sua mutilação para o resto da vida não constituíam qualquer problema», inventando sem inocência. Nesses casos é garantido: não há água mole que fure um calhau assim.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

"Afinal, quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos cães, sabia?"

Peço-lhe um favor, ó senhora: importa-se de não gostar de mim?
Agradecia. Chiça!

piedade disse...

Muito obrigada D. Maria Antónia. No meu tempo, já passei dos 50, não havia educação sexual nas escolas, de forma que sou completamente ignorante em tudo o que diga respeito a sexo, principalmente nos cães. Pois então vou atrever-me a dizer-lhe que esterilização ou castração nos cães e cadelas, é nickles, bye-bye sex, chupa no dedo, percebe ? Não é como nos seres humanos que se fazem esterilizações e vasoctomias, às mulheres e aos homens, percebe, e continuam com a tal coisa que a senhora chama climax. Eu chamo-lhe outra coisa, mas deve ser da idade. Adeus e obrigada.

Sabina disse...

A ver se eu percebi. Do ponto de vista da Sra. Antónia, RVN está-se nas tintas para crianças e adultos que são atacados por cães, desde que o seu continue a ‘canzanar’ as cadelinhas da zona? Depreendo também que todos os que não concordam com a esterilização dos cães, passam automaticamente, segundo a sua bitola, à categoria de ‘amigos de RVN'. Daniel de Sá que teve a ousadia de se abster, também leva pedrada. E esta é a leitura que eu faço dos seus comentários. A questão é: nós sabemos que o problema existe, simplesmente não acreditamos que esta seja a solução para eles.

Porque de facto, aquilo que eu gostaria de ver respondido por si, pelo ministro, pelos ‘não amigos de RVN’ é: como é que a esterilização destas raças de cães vai evitar futuros ataques de outras raças? E os animais vivos, agora sujeitos ao crivo do Sr. Silva, o que lhes fazemos? Um bocadinho de cianeto juntamente com a esterilização? É que saiba, Sra. Antónia que os cães têm, felizmente, uma vida longa, e alguns até sete vidas parecem ter. Portanto, a medida do ministro que visa a proteger a sociedade de cães potencialmente perigosos, teria efeito daqui a 10/20 anos. E isto seria uma medida idiota se de facto o perigo fosse assim tanto.

Diz-nos, Sra Antónia, que gosta de cães. Compreendo agora a expressão: "Sorte de cão"

Anónimo disse...

Olá! Só agora cá vim coscovilhar. Fiquei estupefacto e devidamente esclarecido com tudo o que li. É realmente gratificante consultar este blosg. Mais palavras para quê? Agradeço a todos os intervenientes que à minha pessoa se referiram, inclusivo à senhora Maria Antónia, que afinal deu uma ajuda preciosa.
Pelas palavras que não retirou, agradeço-lhe sinceramente o "mimo" que me dedicou e queria apenas lembrar-lhe que, a maior parte das vezes, é por causa de mimos destes que os cães mordem. Reconheço que nos tempos que correm, há anomalias de linguagem, é um facto. Ninguem me pode obrigar a entrar, compreender e a aceitar esta forma de tratamento como se de normal se tratasse. Quem cai na desilegância por carência de formação, é aceitável. Quem lá entra de forma consciente por achar que é normal: isto sim é que é sem dúvida alguma uma grande parvoiçe.(coitados)

Cumprimentos a todos

Alfredo Bulhões Gago da Câmara
(Não é pseudónimo)

Anónimo disse...

Vou relatar um episódio que presenciei, há sensivelmente uns oito a nove anos atrás.
Tendo-me dirigido aos serviços de urgência de um determinado hospital, deparei com o seguinte cenário: por entre prantos e gritos, num enorme alarido, conseguia ouvir frases do tipo
" ai, coitadinho com os miolos à mostra!..." " isso é matar o cão, é matá-lo..." "enquanto não o matarem, o pequeno não se cura...".
Com o coração apertado (que ele, para esses sítios, já vai sempre um pouco encolhido) indaguei o que tinha acontecido, o que, de pronto, me contaram. Uma criança tinha sido atacada por um cão e dera entrada, momentos antes, em lastimável estado "com os miolos à mostra".
As conversas que ouvi, calada e "banzada", na sala de espera eram do mais surreal que se possa imaginar. Uma mulher, sozinha contra os restantes, defendia que o animal não tinha culpa, que essa era dos donos, que a crença de que matar o animal faria curar a criança por ele atacada, não tinha fundamento e outras coisas que me pareciam de uma lógica pertinente e que, por momentos, fizeram calar os exaltados.
Entretanto, mal a criatura foi chamada para a consulta, o burburinho recomeçou, recrudescendo de tom e de insólito: " pois ela que durma com o cão..." foi uma das frases que me lembro de ter ouvido, no meio de outras, e que, não fora o trágico da situação, me teria feito soltar uma gargalhada.
Uma nova entrada no hospital interrompeu, momentaneamente, a cena. Nova investida para a porta e, do sítio aonde estava, na tal saleta de espera contígua à entrada do edifício, pude aperceber-me, pelo escarcéu, que acabara de dar entrada a dona do cão, também ela gravemente ferida, na sequência de um ataque da "fera".
Eu, que à data tinha dois boxers, de cujos olhos destilavam, constantemente, docura, afecto e gratidão, mal podia acreditar no que via e ouvia.
Quando, por fim, me chamaram para entrar, não me contive que não perguntasse ao enfermeiro, enquanto este fazia o curativo : " desculpe, mas é certo que entrou aqui um miúdo mordido por um cão e que está muito mal?".
"É sim, minha senhora, infelizmente está muito mal", confirmou ele.
" E até a dona ... mas que fera de cão é esse... eu não consigo conceber... Tenho dois boxers e ...", tartamudeei eu.
"Ó minha senhora, a culpa é dos donos. Se eu disser à sra. como essa gente trata os animais, a sra nem vai acreditar. Este, por exemplo, é um cão que estava sempre preso, num quintal, que comia uma vez por semana, do qual nem os donos se aproximavam e a quem davam pólvora de mistura com a comida para ele ficar mais aguerrido...".
Talvez porque os meus olhos traduzissem espanto e horror e uma certa incredulidade, o homem rematou, com firmeza " Os donos é que têm culpa. A sra. não faz ideia de como esses animais são tratados! Querem os animais para espantar os ladrões!... Fazem deles autênticos monstros!..."
A minha experiência de cães e o meu senso diziam-me que, por mais incrível que me parecesse o que acabara de ouvir, só podia ser essa a explicação para o que ocorrera : um miúdo que brincava próximo de uma ribeira, um cão deliberadamente enlouquecido pelos donos que se soltara, a dona que tenta acudir à criança que é atacada pelo animal e eis o resultado.
Os factos narrados, aliás verídicos, parecem-me de forma iniludível, apontar o dedo ao/s verdadeiro/s culpado/s.

Porque sempre lidei com animais, cães, gatos, cavalos... tive a preocupação e curiosidade de ler livros sobre os respectivos temperamentos, alguns deles com a garantia da assinatura de Darwin.
E sempre cheguei à mesma conclusão: não há animais perigosos; há, sim , donos perigosos de animais.

Algumas reflexões, para terminar.

Porque razão a procura de animais ditos perigosos parece ter aumentado?
Não será porque a insegurança aumentou drasticamente e as pessoas têm necessidade de, à falta de serem defendidas por quem de direito ou de dever, terem as suas vidas e propriedades guardadas?

Não será porque a negociata das lutas de cães é rentável e os implicados nessa abominável actividade não são exemplarmente punidos?

Não são mais dignos de castração ou esterilização aqueles monstros que violam as crianças, muitas das quais que se abrigam sob o mesmo tecto?

Não são as armas muito mais responsáveis por mortes do que os cães pseudamente perigosos? E, se sim, porque o acesso a elas é tão facilitado?

Pois é.
Mas é mais fácil e mais rápido cortar a erva daninha do que preparar o terreno para que ela não medre.
A isso eu chamo de política de remendo.

Anónimo disse...

mifá:
Merece o meu elogio pelas suas palavras. Tem razão naquilo que afirma. Assim se tivessem expressado os demais comentadores. A discussão inicial não enveredou pelo caminho correcto, esclarecido e educado que a mifá seguiu. Foi pena.
Na mesma linha – infelizmente – sou obrigada a dizer ao RVN que não sei qual de nós é mais calhau. Devido à sua estatura e sendo eu muito mais pequena, fico com as minhas dúvidas. Repare, RVN, também você se contradiz quando escreve: «Cada um deve escolher a sua forma de comunicar o que pensa, o tom do seu discurso e o próprio discurso, como é desejável que seja». Logo a seguir tem a «elegância» de me chamar calhau por não concordar com o seu ponto de vista ou a sua opinião! Terá você ficado com a cadeira do Salazar e eu não dei por isso?
Uma pergunta – inocente –: já deu o beijo da dona Piedade no focinho do seu cão? Aproveite e ofereça ao Gastão, embrulhados em papel de seda, os cumprimentos que me endereçou. Ignorava que o Gastão – nome giríssimo, a condizer com qualquer fato, camisa ou gravata – fosse afilhado do outro. Isto é, do Gastão, primo do Donald e sobrinho do Tio Patinhas.
E por aqui me fico. Hoje vou deitar-me a não gostar de gatos, nem de cães nem sequer de patos. Há noites assim.

M. A. G. O.

Rui Vasco Neto disse...

maria antónia,
esclareço o óbvio: o 'calhau' vem no contexto, não ver é má fé. Água mole em pedra dura, lembra-se? Dir-me-á que preferia 'pedrinha', dir-lhe-ei que temos pena, fica para a próxima. Mas não será por isso que a quero a dormir mal, no hard feelings, acredite.

a todos,
devo respostas a alguns, ficará para assim que terminar outra guerra que levo ali ao lado, no aspirina, mais a do arrastão que está parada no momento, essa sim, a dos cães. no aspirina esterilizam-se professores e marilus, para já. por isso as desculpas pela demora, mas prometo que chega a sair. isso é garantido.

Rui Vasco Neto disse...

cão,
só os parentes não se escolhem.

saci,
bem vista, essa questão do tempo. De facto, não se vislumbra qual o efeito imediato ou a curto prazo desta iniciativa. Uma tolice completa, ditada pelas reacções da rua e não por consciência governativa.

alfredo,
cão que ladra não morde?

mifas,
boa história, oportuna e num tom que aparentemente caiu no goto da Maria Antónia. Só por isso, conseguiste o milagre da sua concordância, apesar de defenderes o oposto das suas convicções. Vá lá a gente perceber as senhoras, não?

maria antónia,
já agora, se tiver interesse, conheça aqui a fera:
http://setevidascomoosgatos.blogspot.com/2008/02/bonnie-clyde-nos-jardins-proibidos.html
e aqui
http://setevidascomoosgatos.blogspot.com/2008/01/o-gasto-arranjou-uma-namorada-no-sei.html
cumprimentos

Anónimo disse...

Segui a discussão que se gerou aqui sobre a eventual esterilização dos cães considerados perigosos. Tem razão Maria Antónia, que coloca antes dos cães a segurança das crianças e dos adultos. Têm razão os donos dos cães, que não pretendem ver os seus animais «mutilados».
Com efeito, o ministro parece ter optado pela esterilização, que atenua ou mascara a palavra castração, embora uma e outra signifiquem uma cirurgia absolutamente idênticas. Existe, sim, uma outra hipótese, que não me parece ser perfilhada pelo governo.
Trata-se de proceder ao bloqueamento dos canais do epidídimo dos cães, onde se armazena o sémen produzido pelos testículos. A cirurgia nem sequer é dispendiosa, continuando o animal a fabricar a testosterona que induzirá à libido.
Se está em causa a procriação das raças, o problema fica resolvido. Só não se resolvem as situações semelhantes às que foram apontadas nestes comentários. A libido nestes animais é, muitas das vezes, uma das causas da sua agressividade.
Nos últimos anos chegou-se à conclusão que a reprodução de cães considerados perigosos se tornou excessiva, podendo qualquer pessoa adquiri-los sem possuir conhecimentos mínimos para tal. Pessoalmente, julgo que a questão deveria ser equacionada a partir daqui. Mas não deixo de considerar que se trata de um assunto delicado e complexo.
Bem ou mal, na maior parte dos países europeus a esterilização é, desde há muito, obrigatória.
Caso a lei venha a vigorar em Portugal, teremos que nos contentar com as raças portuguesas, os nossos rafeiros e outros de raças que não causem problemas. Sem excluir a eventualidade de alguma mordidela, mas sem os danos já aqui descritos.

Saudações cordiais para todos.
Manuel Pinheiro Soares