Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Contas à vida

Se em apenas vinte e quatro das tuas horas, ao número de ondas do mar somasses o número de raios de sol desse dia, mais o total das gotas de chuva dessa noite, multiplicasses por cada sorriso que me negas e dividisses o resultado pelas aldeias da tua indiferença, o amanhecer seguinte traria já feitas as contas à vida inteira que eu passo à espera de uma palavra tua.
E ainda não foi hoje.

5 comentários:

Anónimo disse...

Já vi muita musa inspirar poesia, mas operações de aritmética... confesso que é a primeira!

Maria disse...

Eu passo à frente, mas é um post excelente....

Anónimo disse...

Eu passo à frente, mas é um post lindooooooooo

Anónimo disse...

Já ontem vi este post e não tencionava comentá-lo. Não resisto.
A matemática sempre foi uma questão de raciocínio ...
1 + 1 = 2 ==
Adoro esse teu jeito de escrever coisas bonitas. Manda mais.

samuel disse...

Passo à frente, mas vou a olhar para trás até onde mo permitirem as cervicais problemáticas...
Muito bonito!