Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.
9 comentários:
Na mouche. "vamos entrevistar vitimas da casa pia"... parece a história da pescada, que antes do ser já o era....
São duas paginas do sol, duas, cheias de factos sumarentos. O estranho é que lidas de fio a pavio dei por mim a voltar atrás e a cortar as descrições das próprias entrevistas, do tempo e do lugar das ditas, de tudo o que foi comido e bebido, da cor do cabelo dos meninos e dos amigos e dos amigos dos amigos, dos degraus das escadas e das estatuetas nas salas, dos quartos de primeiro andar e todas as opiniões da jornalista (ups, eu disse opiniões da jornalista?) e fiquei quase só com um relato minucioso de como e onde se metiam as várias pilinhas e as alusões a uns senhores que ora metiam ora deixavam meter e eram uns senhores muito desavergonhados e que ou me seguram ou digo quem são...
E assim se alimenta a curiosidade de buraco de fechadura de muitos e se espicaça o medo de escândalo de alguns. Às tais vitimas já se lhes deu o que precisavam - coca cola, tostas mistas e uns chocolates, que já não está tempo para gelados.
Pão e circo. Nada mais que pão e circo.
t,
e enrabadelas, minha amiga, que ninguém diz que não as houve e que não devem (têm que) ser desmascaradas. só que com tanto jornal para vender, tanta tv para vender, tanta rádio para vender, tanto lobo, tanto lobo, tanto lobo, qualquer dia Pedro está mesmo a dizer a verdade e a gente já não tem pachorra para mais dramas. nem que sejam reais.
estás enganado (com tanto diálogo já podemos tutear). deixa lá as enrabadelas, que chocar a populaça só serve para desviar as atenções. o que tem de ser denunciado, e rapidamente alterado, é o sentido de responsabilidade do estado. o tal estado que me obriga a pôr as crianças na escola e depois me pede para justificar as faltas que elas dão quando estão dentro da própria escola.... supostamente vigiadas pelo estado, portanto.
Os meninos da Casa Pia foram maltratados quando estavam à guarda do estado? processe-se o estado e sente-se já, antes de qualquer outro, no banco dos réus.Digam o que disserem, mostrem as pilas que mostrarem, a primeira e mais grave falha foi a de quem devia ter cuidado e não o fez (lembras-te dos pais da tal Maddie?).Tudo o resto é o velho jogo do passa ao outro e não ao mesmo.
teresa, teresa, teresa,
aí vamos nós à desfilada dos argumentos de galho patra galho até à confusão final. as novas abordagens deste seu último remoque davam pano para mangas e deixavam o assunto de onde viemos mal explicado e por resolver no entendimento.
portanto vejamos: a minha questão aqui é esta e só esta. e vai-me perdoar a linguagem, não creio decente ou limpo usar chocolates e tostas mistas para fazer falar entrevistados que dão o cú por chocolates e tostas mistas. ordinário? também acho, é o retrato do trabalho jornalístico que li, tão bêbado do seu próprio sucesso que se conta a si próprio a toda a gente como arte.
Uma vergonha, este tipo de jornalismo, perdão, de xurnalismo.
Eu na minha inocência, pensava que os jornais para ficarem neste estado, tinham primeiro que ser cortados em rectângulos pequenos e estagiar uns tempos em retretes de oficinas de automóveis e outros locais do género...
silvio,
pois pois pois pois
sam,
sim, pois
Viva Rui, se bem percebo o teu ponto, contestas o 'acto deontológico' da jornalista do Sol que pagou o 'lanche' a alguns dos seus entrevistados (alunos da Casa Pia). Poderá não ser muito ortodoxo, mas não vejo - lamento porventura desiludir-te - que uma coca cola ou dois chocolates possam influenciar (e é disso que estaremos a falar) o teor das declarações dos entrevistados.
j,
Não, não é bem disso que estamos a falar. Farás a justiça de imaginar que ao longo de 27 anos de reportagens (a maior parte nas áreas de justiça e sociedade) eu tenho uma vaga ideia do que se faz e diz (dentro e fora das regras) para apertar o botão certo para a gente trazer a história. A questão não é de todo essa. Estamos a falar de um caso polémico, 'o' caso do momento, de uma reportagem anunciada durante uma semana que traria revelações explosivas, o novo caso casa pia, mais vítimas, mais abusadores, nova direcção da CP desacreditada, o diabo a sete. E tu vens dizer-me que ao leres aquelas páginas te sentes seguro da qualidade do olho clínico de uma e da verdade, inocência e convicção de outros? Sem arrogância nem maldade, aceita um desabafo que já fiz mais acima nesta coluna de comentários: não acho de todo correcto nesta circunstância usar chocolates para entrevistar garotos que deram o cú por chocolates. Lamento porventura desiludir-te, mas acho um mau trabalho e um mau serviço à classe. Houvesse factos para relatar e os caracteres não chegariam para a descrição das tostas e das coca-colas.
Um grande abraço
rvn
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