Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fungágá indiano

Macacos citadinos, que entram soltos nas escolas, ministérios, hospitais, prédios e esquadras de polícia? Não resisto a desenvolver o tema. Afinal, para quem tem uma realidade como a portuguesa, cheia de vazios e tolices, imaginar um quotidiano como este é mesmo o fim da macacada. Se não, vejamos.

Nova Deli, a capital da Índia, tem sido atacada desde o mês passado por macacos agressivos, que já causaram a morte do vice-presidente do município da cidade e dezenas de feridos, sem que a autarquia consiga combater a investida dos primatas. Os últimos ataques aconteceram esta segunda-feira, quando mais seis cidadãos foram mordidos, e no fim-de-semana anterior, em que uma mulher ficou gravemente ferida e duas dezenas de pessoas tiveram de receber tratamento devido às mordeduras dos símios. Já em finais do mês passado foi a vez do próprio vice-presidente do Município de Nova Deli, Sawinder Singh Bajwa, de 52 anos, morrer ao cair do terraço da sua casa quando tentava fugir de quatro macacos.

A questão é que nas ruas de Nova Deli passeiam-se em liberdade, há várias décadas, entre 10 e 20 mil macacos selvagens, para além de cerca de 35 mil vacas e búfalos e muitos milhares de cães vadios. Os símios invadem regularmente os ministérios, os tribunais, as esquadras de polícia ou os hospitais, semeando o pânico nas zonas residenciais, onde procuram comida. Matar macacos é proibido para os hindus, que veneram Hanuman, um deus-macaco que simboliza a força.
Tudo isto deixa a polícia com um grave problema operacional, traduzido de forma magistral nas notáveis declarações do senhor Jaspal Singh, comissário-adjunto da polícia da cidade, à agência noticiosa francesa France-Presse: "Enquanto polícias, não somos verdadeiramente exímios para ocuparmo-nos de macacos. Podemos gerir casos de touros que se tornam loucos mas macacos... é um pouco mais difícil", explicou.

12 comentários:

Anónimo disse...

" Os símios invadem regularmente os ministérios, os tribunais...".
Hum, não imaginava os macacos tão, tão inteligentes!
E que tal se importássemos alguns?!

samuel disse...

Se começarem por se livrar daqueles "deuses" o resto virá naturalmente...
Eu sei que ninguém perguntou, mas quem pensou que eu estou a defender a evangelização dos hindus, espalhou-se ao comprido.
Macaquinhos no sótão (e visto isso, por todo o lado) já eles têm de sobra.

Anónimo disse...

Não será que nós também somos obrigados, não digo a venerar, mas ao menos a suportar esse tal de Hanumam? Honi soit qui mal y pense. (E que também honni soit qui mal y pense por eu ter escrito "honi". Limitei-me a respeitar a divisa da Ordem da Jarreteira, que é do tempo em que havia poupança de letras, pois cada uma dava um trabalhão a escrever.)

Rui Vasco Neto disse...

mifá,
abra os olhos, querida. os nossos ministérios e tribunais já estão cheios de macacos, não há que importar...

sam,
amen (e anda por aqui uma formiga a pedir-te uma música, não sei se já viste)

meu querido jarreta,
que é feito de ti, caramba? cheguei a pensar que alguma aspirina te teria caído mal, sei lá...
vê se não te ausentas sem aviso prévio, ou terei de avançar para a medida de coacção do costume: termo de identidade e residência.

Anónimo disse...

rvn,
eu referia-me aos inteligentes.E esses, por mais que eu arregale os olhos, juro que os não vejo, querido.

samuel disse...

Rui e Miguita

"alguém que semeia canções ao vento que passa" é de facto uma frase bonita. Daria certamente uma cantiga gira, porém, dizem-me os meus arquivos que já existem uns versos de Manuel Alegre que a dado passo falam de "...alguém que semeia canções NO vento que passa".
Como compreenderão, só por uma palavra não se justifica fazer uma música toda nova.
Fico-me portanto com a música do Adriano Correia de Oliveira.

Anónimo disse...

Samuel,

Porquê...? Não é capaz de mudar uma só nota....?
É só mesmo playback...????!!!!!

samuel disse...

Formiga

Pronto, pronto!
Eu faço o que for preciso!... :)

Rui Vasco Neto disse...

sam,
então para mim é arroz de feijão e pataniscas.
se faz favor, evidentemente.
(e um cartuxa, que fica aí perto..)

Anónimo disse...

Samuel,

Agora que fizemos as pazes...também posso ir ao arrozinho e às pataniscas?

samuel disse...

Olha! Teria sido giro se eu tomasse atenção aos comentários. Agora, a esta hora, danou-se!

Rui Vasco Neto disse...

sam,
pois.
já ouvi desculpas melhores.