Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Hoje

Não sei se voltam ou não
os dias de sol, em ti,
se os tempos que já lá vão
teriam lugar aqui;

os sonhos moram no vento

que já soprou
chega de dor e lamento
a vida mal começou.

Esqueci há muito a razão
que ditava o meu sentir,
escolhi o sim pelo não,
chorei tudo, quero rir

o tempo, no seu caminho,
dá-nos a paz
e, no passar, de mansinho,
deixa o passado lá atrás

que a vida dura um instante
ou dois, pouco mais,
e nunca se ama bastante
quando não se ama demais.

6 comentários:

Anónimo disse...

clap, clap, clap...

Bela redondilha, sim senhor.
Musica-a, Rui.

Rui Vasco Neto disse...

mifas,
desta vez a galinha veio depois do ovo.
já tá fêta, amiga.
e é bonita, canteia-a ontem, em estreia, com o alfredinho na guitarra... juro!!

(maravilhas da teconologia)

Sabina disse...

Gostei muito :-)

Bjos
Saci

Anónimo disse...

chora e ri...

Rui Vasco Neto disse...

saci,
bom saber.

choraerinónimo,
pois.

Anónimo disse...

so quem transporta no peito
dores amargas e secretas
e' que em noites de luar
pode entender os poetas...