Também eu, João, andei por muitas delas, especialmente de Lisboa para sul e do vice para o versa. São marco um do meu imaginário de férias, quando a aventura começava, no tempo em que as aventuras ainda eram todas para ganhar. Tal como tu, nunca compreendi a forma como as linhas da CP foram desmanteladas, para dar força aos mesmos que capitalizaram a privatização da Rodoviária Nacional (Cabanelas, Humberto Pedrosa) e que hoje, como sucede nos trajectos para Sul com a EVA Mundial Turismo e a Rede Expresso, funcionam em cartel concertando preços sem que ninguém os aborreça com minudências.
Tal como tu, tenho pena e não compreendo, porque a Linha do Tua, do Corgo ou do Sabor percorrem paisagens tão admiravelmente belas e as carruagens são tão apaixonadamente anacrónicas, naqueles carris mais estreitos do que todos os outros, que a sua continuidade era obrigatória em qualquer país com um mínimo de estratégia de desenvolvimento turístico para o interior.
O moderno serviço da CP é uma vergonha de desmazelo no essencial, atendimento, respeito pelos interesses dos passageiros, horários, desdobramentos, revisores. E um luxo parolo e de plástico nas aparências que passaram a ser a prioridade nos carris nacionais. Tal como tu, acredito que a CP e a Refer são detentoras de um património que os diversos Governos têm insistido em delapidar. Para os nossos governantes, o comboio só existe para andar muito, muito depressa. Como aqueles com vidros opacos, à TGV, onde apenas conseguimos ver o nosso próprio reflexo. O reflexo de alguém que atravessa um País que vai perdendo a sua Geografia. E que, ao fazê-lo, perde também parte da sua História.
Segui esta reflexão, de apeadeiro em apeadeiro, até embarcar nas palavras de João Villalobos, ditas aqui, uma das minhas estações de referência. Sugiro a viagem, veementemente. O itenerário teve origem nas espécies e passa na avenida central, também. Enquanto há linhas, é de aproveitar.
Tal como tu, tenho pena e não compreendo, porque a Linha do Tua, do Corgo ou do Sabor percorrem paisagens tão admiravelmente belas e as carruagens são tão apaixonadamente anacrónicas, naqueles carris mais estreitos do que todos os outros, que a sua continuidade era obrigatória em qualquer país com um mínimo de estratégia de desenvolvimento turístico para o interior.
O moderno serviço da CP é uma vergonha de desmazelo no essencial, atendimento, respeito pelos interesses dos passageiros, horários, desdobramentos, revisores. E um luxo parolo e de plástico nas aparências que passaram a ser a prioridade nos carris nacionais. Tal como tu, acredito que a CP e a Refer são detentoras de um património que os diversos Governos têm insistido em delapidar. Para os nossos governantes, o comboio só existe para andar muito, muito depressa. Como aqueles com vidros opacos, à TGV, onde apenas conseguimos ver o nosso próprio reflexo. O reflexo de alguém que atravessa um País que vai perdendo a sua Geografia. E que, ao fazê-lo, perde também parte da sua História.
Segui esta reflexão, de apeadeiro em apeadeiro, até embarcar nas palavras de João Villalobos, ditas aqui, uma das minhas estações de referência. Sugiro a viagem, veementemente. O itenerário teve origem nas espécies e passa na avenida central, também. Enquanto há linhas, é de aproveitar.
2 comentários:
Obrigado Rui. Um abraço intercidades.
joão,
alfa, roger.
over and out.
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