Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O nosso silêncio

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que um beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa em arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle com el silencio tuyo.

Déjame que te hable también com tu silencio
claro como uma lámpara, simple como um anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, uma sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

(Pablo Neruda)

Escuta:

Há muito mais silêncio que palavras entre nós
é magia do entendimento
é pensamento em vez de voz
falar ás vezes cala
o que o coração quer dizer
calado a gente fala
e diz tudo o que quiser
RVN

25 comentários:

Anónimo disse...

Conta-mo outra vez

Conta-mo outra vez, é tão formoso
que não me canso nunca de escutá-lo.
Repete-mo de novo, os dois da história
foram felizes até vir a morte,
ela não foi infiel, ele nem
se lembrou de enganá-la. E não esqueças,
apesar do tempo e dos problemas,
todas as noites sempre se beijavam.
Conta-mo mil vezes, se faz favor:
é a história mais bela que conheço.

Amalia Bautista

Anónimo disse...

e depois disto...uma formiga chorou...!

Maria disse...

Obrigada por trazer aqui Pablo Neruda.....

Anónimo disse...

Gosto quando te calas porque estás como ausente/e me escutas de longe;minha voz não te toca./É como se tivessem esses teus olhos voado,/como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.

Como as coisas estão repletas de minha alma,/repleta de minha alma, das coisas, te irradias./Borboleta de sonho, és igual à minha alma,/e te assemelhas à palavra melancolia.

gosto quando te calas e estás como distante./Como se te queixasses, borboleta em arrulho./E me escutas de longe.Minha voz não te alcança./Deixa-me que me cale com teu silêncio puro./

Deixa-me que te fale também com teu silêncio/claro qual uma lâmpada, simples como um anel./ Tu és igual à noite, calada e constelada./Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo./

Gosto quando te calas porque estás como ausente./Distante e triste como se tivesses morrido./ Uma palavra então e um só sorriso bastam./E estou alegre, alegre por não ter sido isso.

Pablo Neruda in 20 Poemas de Amor e uma canção desesperada

Anónimo disse...

ai.. o amor é lindooooooooo!

Anónimo disse...

Uma formiga soluçou.....!!!!

Anónimo disse...

Psst... formiguinha.... precisa de um kleenex??
Não... pensando melhor, e como cigarra que se preza, dou-lhe uma cantiguinha que ando para aqui a trautear:

"O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada,ai
...
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz"

Anónimo disse...

uma prendinha para a formiga e a cigarra:

"ardendo de amor, as cigarras cantam: mais belos porém, são os pirilampos, cujo mudo amor lhes queima o corpo!"

in Poemas japoneses traduzidos por H.Helder

Anónimo disse...

"Amar é a eterna inocência e a inocência é não pensar..."
Cigarrita, consegue deixar de pensar, chéri...?

Rui Vasco Neto disse...

silêncio,
que coisa bonita! conta-mo outra vez, é tão formoso..

maria,
foi um prazer, acredite.

hasta quando,
gracias por la tradución. pero es que m'encanta el español de neruda.. es más cantante, no?

sem,
nem tanto, nem tanto...

miguita,
reste toi, chéri..

cigarra,
take it easy, darling..

maya,
pirilampos e helder forever!!

Anónimo disse...

mein lieber formiga, arrasou-me com o silogismo... ainda estou a pensar nele... que bonito o amor, a inocência e a idiotice... desculpe, o não pensar...
Mas sabe, acho que este blog devia passar a chamar-se pic-nic....

maya,
continuo a preferir a cigarra, porque arder por arder sempre prefiro que seja a cantar

gato,
sempre.

Anónimo disse...

A palavra é riso, é dor,
porcelana em alabastro,
águia, milhafre, condor,
planeta que deixa lastro,
na senda do universo;
é página e seu reverso,
é frase, sílaba, verso,
é ouro, é mirra, marfim,
é largada sem regresso,
é arma de arremesso,
princípio sem meio nem fim.
A palavra é riso e pranto,
é demónio e anjo e santo,
adaga, óbus, mastim,
pintassilgo e albatroz,
enseada, delta, foz,
calmaria e frenesim.
E é, sobretudo, enfim...
silêncio e ausência em mim.


( inédito )

maria bulhões da câmara

Anónimo disse...

E se vocês aprendessem primeiro um pouco dessas línguas que se falam além do Marvão, antes de as papaguearem aqui? Falem com sotaque, mas que seja nosso.

Rui Vasco Neto disse...

mifas,
bonita contribuição.

daniel,
eh laião corisque mal amanhade. Ê vou te sofrêr?

Anónimo disse...

Pequena correcção : laião escreve-se com am = laiam e sofrèr é sofrê sem r . Nunca mais aprende a escrever micaelensonês ?

Rui Vasco Neto disse...

baygon,
as minhas desculpas, caro insecticida. terá sido um lápis língua, mal afiado na ponta do meu micaelensonês - de resto, maiês, para ser exacto, na circunstância.

daniel,
se estiveres por aí, explica-me lá porque não consigo eu deixar um comentário na tua elvira moleira/pedrada certeira?

Anónimo disse...

Desde que as pulgas e as formigas criaram resistência ao dum dum, é um ver se te havias....
Gentiiiiii.......em micaelensonês não existe nem "laião", nem "laim"!

Pois é!!!!!!

No meu dicionário (que está actualizado) o que existe é "Naiam" ....(N)aim!

Isto que para aí tá feito é uma omelete de "naiam" e "laió"......

A bem da língua e da nação....corrijamos! Não vá sua "magestade" sentir-se lesada....outra vez!

Anónimo disse...

Ferrero rocher,

Agradeço-lhe os seus elogios mas, infelizmente, não os posso aceitar!
A "idiotice"..."desculpe, o não pensar..." pertencem ao senhor Fernando Pessoa!
Ele sim, merece o seu convite para o pic-nic...não eu.....lamentavelmente....

Um beijo. my love.....

Anónimo disse...

Sabem o que um elefante diz, "magestosamente", para uma pulga ?
- Cresce e aparece.

Anónimo disse...

Ah, a propósito de pulgas, lembrei-me desta:

Uma pulga, sem valor,
bebe co`a mesma alegria
tanto no melhor licor,
como em qualquer porcaria.


nota: aqui deixo um grande obrigado a Aleixo pelo mote e à pulga, pela inspiração.

Anónimo disse...

Rui, estou por aqui, e provavelmente sei por que razão não consegues deixar um comentário à minha pedrada. Porque ela não acertou no alvo.
Um abraço.
Daniel

Rui Vasco Neto disse...

daniel,
fora de graças, quando se clica no 'coments' o link leva-nos áquela foto tua e ao artigo sobre a FLA...

Anónimo disse...

Podem por favor calar-se, ir discutir para outra freguesia, e deixarem-me namorar à vontade? Já viram os outros posts todos mesmo a jeito para uns comentáriozinhos?

Anónimo disse...

Mifá,

Quanto mais me bates mais eu gosto de ti......

Vou-ti comer...às mordidinhas, tá?

Anónimo disse...

Ah, meu caro Rui, é isso que acontece no Aspirina! Por isso é que não apareceu lá ninguém, ao menos para falar mal. Há problemas de facto com o acesso aoo blog, tanto mais que eu não consegui entrar para pôr lá o textozinho, e tive de me valer da Susana.
Oberigado pela tua boa vontade. Vou comunicar isso à Susana, a ver se ela resolve.