Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sempre a mesma coisa, no fundo.

Um militar da GNR tentou assaltar ontem de manhã uma agência do BPI, situada em Sassoeiros, na freguesia de Carcavelos, mas foi detido já na rua por agentes da PSP. O militar dirigiu-se ao balcão, abordou o funcionário e entregou-lhe uma folha em branco onde referiria. "Isto é um assalto passe para cá o dinheiro." O funcionário não cedeu à ameaça e accionou o alarme. Não era a primeira vez que ele se dirigia àquela dependência para a assaltar. O caso de ontem resultou na terceira tentativa falhada, tendo o suspeito sido reconhecido facilmente pelos agentes quando já se encontrava na rua. "Foram participadas outras situações de roubos idênticos na vila de Cascais e nas freguesias de Carcavelos e da Parede", esclareceu fonte ligada ao processo.

O militar era afinal suspeito de outros sete crimes do mesmo tipo. O indivíduo actuava de forma simples e sem grandes disfarces, apenas óculos escuros ou chapéu. Em algumas situações não camuflou sequer a sua identidade, o que permitiu o reconhecimento fácil através da captação de imagens dos sistemas de video-vigilância das instituições bancárias. Nunca usou violência, optando sempre por anunciar o crime através de um pedaço de papel. Houve situações em que poderá ter usado "uma arma de alarme, mas nunca a usou e sempre que os funcionários se recusavam a dar o dinheiro saía das agências sem violência", diz a polícia.

Ou seja. Uma pessoa vai ao banco, uma vez, duas vezes, tanta vez, tanta vez, e entrega os papéis sempre a pedir a mesma coisa. E eles sempre a dizerem o mesmo. No fundo a malta é cliente habitual, freguês do estabelecimento, vai lá porque precisa do dinheiro. Eles começam com aquela história do ah, pois, sabe, e coiso, talvez, pois é, e mais isto e mais aquilo, e coiso, e que a malta é nova e que ganha pouco e mais que não sei quê, e mais que não sei que mais e coiso. No final desta conversa toda dizem-nos que não e a gente vem-se embora. Mas lá que um tipo fica chateado, lá isso fica. Onde raio está a novidade é o que eu gostava de saber.

Sem comentários: