Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Eu cá não acredito em milagres, mas lá que os há...

Alcides Moreno, vítima de uma queda de quarenta e sete andares, quarenta e sete andares, repito, quarenta e sete andares, acordou do coma em que estava hà meses, depois de ter caído de um andaime, juntamente com o seu irmão que morreu na hora, enquanto lavava as janelas de mais um arranha-céus americano. Acordou no dia de Natal. Já mexe as pernas e os médicos são peremptórios: Alcides Moreno pode voltar a andar. O director clínico do hospital onde Alcides vegetou vai mais longe: «Os senhores acreditam em milagres? Eu não. Este foi um milagre.», disse o Dr. Richard esta noite à SIC.
Eu cá ouvi e também não acredito em milagres. Mas que fiquei abalado nas minhas convicções, lá isso fiquei. Muito abalado? Como se tivesse caído de sete andares, esqueçam quarenta.

1 comentário:

Pearl disse...

Ao Sr. Moreno já só restam 6 vidas, portanto.