
Não sou bem eu quem quer dizer, entenda-se, quem quis e disse foi o senhor ministro da Agricultura, para quem, a partir de agora, devem levar roda de criminoso todos os que tiverem cão que cague fora do penico ou rosne à vizinha errada. Nem mais. E falamos de qualquer cão, não mais apenas dos famigerados cães de raça perigosa. Qualquer dono de lulu rafeiro corre o mesmo risco de ser levado à barra de um tribunal criminal, se esta ideia luminosa de Jaime Silva (mais uma entre incontáveis ataques de igual brilhantismo) fôr avante tal como foi exposta. Deus nos proteja e guarde de mais estoutra investida do senhor ministro às canelas de quem tem cães.
Entretanto, que não fique aqui confusão ou mal entendido. Concordo em princípio e em primeira análise com a punição do 'incitamento' e 'negligência' dos donos destemperados de cães potencialmente perigosos, face às suas características de raça ou arraçamento. Dos uns e dos outros, diga-se, já agora. É urgente e peca por tardia. Mas daí até bater palmas a uma má lei, de génese rafeira, preguiçosa no descriminar, desleixada no critério e amante da estimativa a olho, fácil e barata, vai a enorme distância do meu repúdio pela intenção de tamanho absurdo legislativo.
Qual será o problema deste homem, pergunto-me. Jaime, Jaime Silva, como Rui, José ou Manuel. Até consigo perceber o ministro (há bons e maus), enfim, com esforço. Mas bolas: não terá gente lá dentro, o fatinho que carrega esta pasta agrícola no Portugal socrático?
2 comentários:
Sempre foi assim, se quer saber... ou mesmo que não queira, bastava interpretar o Código Penal. Da mesma maneira que o dono de um vaso de manjericos, numa varanda, pode levar roda de criminoso se o manjerico, mesmo que com quadra à maneira e versinho ao Santo António, cair em cima da cabeça da vizinha. Ou do vizinho. Errado ou certo, que já vi que gosta de separar em géneros e qualidades. Dói-lhe alguma coisa, é?
o algodão não engana.
irra, que praga.
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