Ontem dei por mim embasbacado frente ao televisor, o queixo caído e a cara de parvo do saloio que conhece a sua primeira escadaria rolante. Vi com os meus olhos, ninguém me contou. Por via das dúvidas, não estivessem os meus sentidos baralhados e a tentar uma qualquer partida de gosto duvidoso, vi a mesma reportagem três vezes seguidas, não uma, não duas mas sim três vezes, para assim poder saborear o double check de cada novo e surpreendente pormenor deste delicioso flagrante da vida real: a história de Buster Martin, o novo herói da minha vida. Vamos aos factos.
Mr.Martin foi um dos participantes da maratona de Londres, que ontem conheceu a sua 28ª edição. Recorde-se que a maratona de Londres é uma corrida de rua disputada na distância de 42.195m, sempre no mês de Abril, por milhares de atletas, profissionais e amadores, desde 1981. Além de ser uma das cinco mais importantes maratonas do mundo, também é a grande celebração anual desportiva da cidade, transmitida ao vivo pela televisão para diversos países. Para se ter uma ideia da determinação de Mr.Martin, à guisa de preparação para esta prova, Buster correu no mês passado uma meia maratona que conseguiu concluir em cinco horas e treze minutos, um tempo que o próprio considerou 'algo excessivo', justificado porém pelas várias paragens que teve de efectuar pelo caminho. Paragens para quê? Para beber um pint de cerveja e fumar um cigarrinho, duas componentes obrigatórias da actividade desportiva deste inglês de...101 anos.
Exactamente, cento e um anos, por extenso para não haver dúvidas, é a idade deste homem que é o mais velho de sempre a correr a maratona londrina (ou qualquer outra, tanto quanto se saiba). Aos cento e um anos de idade, Buster Martin é uma figura ímpar no desporto ou fora dele. Só vendo, que contado não se acredita, este falso-velho inglês que corre e pratica boxe, come, bebe e fuma como um adolescente. E que apresenta uma forma e uma lucidez absolutamente invejáveis, no físico e no discurso. Que me fazem sentir velho, velho, velho.
Eu próprio, desportista de méritos reconhecidos (embora não medalhados, ainda) nas modalidades de 'faca&garfo' e 'wine tasting' (tri-campeão estadual com aspirações olímpicas) confesso que fiquei absolutamente deslumbrado com esta figura fascinante. Um exemplo de vida que, sinceramente e sem ironia, me envergonha na comparação. Veja aqui as imagens e conheça Buster Martin, o meu novo herói.
2 comentários:
Rui, companheiro, não sejas invejoso nem apressado, que é muito feio.
Lá chegaremos, homem!
Quando eu for grande também quero ser assim.... mas sem barba.
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