Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Serenamente, em Ladino

Quinhentos anos passaram desde que se ouvia e falava esta língua em Portugal. Chama-se Ladino e era a língua sefardita dos judeus ibéricos, feita de mesclas de castelhano e português medievais com hebraico. O Ladino foi extinto na Península Ibérica há cinco séculos, mas estima-se que ainda é falado por cerca de cento e cinquenta mil indivíduos em comunidades sefarditas em Israel, nos Balcãs, Oriente Próximo e norte de Marrocos. Também é conhecido como espanhol sefardita e judeoespanhol, este Ladino agora cantado por Teresa Salgueiro no tema 'La Serena', canção que dá nome ao mais recente trabalho discográfico da ex-vocalista dos Madredeus, agora lançada numa prometedora carreira a solo. Recomendo vivamente a audição repetida desta lindíssima canção na voz ímpar de Teresa Salgueiro, acompanhada pelos Lusitânia Ensemble nesta 'La Serena', edição de 2007. Em sefardita.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindíssima canção, sem dúvida!