César Baptista, 31 anos, é testemunha num processo de agressão que corre no Tribunal de Abrantes. De cada vez que lá vai, chamado a depor, espera cá fora, na base da escadaria. Se chove, chove, se faz sol sempre é melhor. Hoje esperou apenas três horas pela sua vez, mas teve sorte: não choveu. E, na impossibilidade da testemunha aceder à sala de audiências, foram os juizes a decidir trazer a audiência para a rua, onde o tribunal efectuou a diligência ... à porta do tribunal.
De referir que o Tribunal de Abrantes é um dos incontáveis edifícios públicos (câmaras municipais incluídas) que não dispõem de rampas de acesso para deficientes, nem na entrada nem nos acessos internos, embora disponha de lugar para deficientes no estacionamento. Só não podem é entrar. Em Junho do ano passado, uma advogada em cadeira de rodas foi transportada em peso por quatro funcionários. Hoje, para evitar a maçada, a justiça desceu as escadas e veio julgar a céu aberto. Na rua. Em Abrantes, Portugal, Europa, no dia onze de Março do ano dois mil e oito.
2 comentários:
Isto vai mas com calma, Rui. As lixeiras a céu aberto já foram proibidas... um dia serão os julgamentos.
Isto para manter a compostura, pois nunca hei-de entender a razão de não haver uns euros para fazer as rampas e haver fortunas para estoirar em foguetes.
Será por haver muito mais parolos a abrir a boca com o foguetório do que cidadãos em cadeira de rodas? Não. Deve ser apenas distracção.
sam,
palha, nada mais que palha.
palha de abrantes, claro.
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