Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


quinta-feira, 13 de março de 2008

Às vezes, muitas vezes, o equilíbrio.

Às vezes as coisas estão mesmo à nossa frente sem que nós as consigamos ver. É uma cegueira inexplicável porque selectiva: vê-se tudo, tudo menos aquilo que nos deveria saltar à vista antes de mais nada. E assim nos enganamos, assim falhamos e erramos de palmatória. Quantas vezes não temos tudo aquilo que queremos ao alcance da mão, sem que consigamos lá chegar só porque nos julgamos perdidos e irremediavelmente distantes do que há de melhor em nós? Muitas vezes, vezes demais.

É bem certo que meia solução está
muitas vezes na forma como encaramos os problemas, que a outra metade vem no embalo da passada e sem grandes dificuldades, desde que vencida essa primeira e decisiva batalha. Como em tudo na vida a resposta estará no bom senso, no dosear, no valorizar com conta certa, nem de mais, nem de menos. No meio termo, com termos. No equilíbrio, enfim.

Às vezes, muitas vezes, o equilíbrio é possível.

16 comentários:

Ângela disse...

Ou mais prosaicamente (que eu não tenho o dom da escrita, como tu tens): a resposta mais óbvia, normalmente, é que mehor responde à situação.
É pena que tenhamos todos a tendência para romancear/fazer filmes com todas as situações por que passamos, das mais simples às mais complicadas...

Mário Montez disse...

Bem pensado. Em parte responde ao meu post

Cumprimentos

Anónimo disse...

Hum, parece que a idade vai trazendo algum juízo...

Anónimo disse...

Senhor Rui Vasco de La Palisse, talvez seja por isso que o equilibrio é o ponto mais difícil de encontrar...
Soubessemos nós onde está e equilibrávamos o mundo inteiro na ponta de um nosso dedo.
Se o encontrou por favor diga onde e como. Estou interessada também.

Anónimo disse...

e eu? e eu? também quase ninguém me encontra...

Anónimo disse...

pssssst.... aqui fala-se de coisas sérias, que o rumo da vida não tem a ver com a História d'O....

Anónimo disse...

Que surpresa! uma atmosfera muito Tch'an, sim senhor!

pois � "sem saberem qu�o perto a Verdade se encontra, as pessoas procuram-na longe - que pena!
S�o como aquele que, no meio da �gua, chora de sede, suplicando por �gua."
Hakuin (1863-1768)

Anónimo disse...

ponto g,

l� est�s tu, belo-ponto, a levar a coisa p/ onde n�o deves... e depois queixas-te!

Anónimo disse...

� sua (des)quilibrada, n�o sonhe equilibrar o mundo na ponta de um dedo: as caibr�s existem, sabia?

Anónimo disse...

caro Zen,
reconhecer "algum ju�zo" � um reconhecimento muito pouco zen.
objectivo zen � esvaziar e n�o encher.

Anónimo disse...

bento qualquer coisa,
nem com água benta...nem com água benta...

Anónimo disse...

Mas que excitação !!! Ainda vou apanhar esse teclado que põe "?" em vez de acentos nas vogais. E o equilíbrio, meninas, onde pára ? Não pára, balança, não é ?

Anónimo disse...

Com comentários destes, este blog qualquer dia vira anedota.

Anónimo disse...

(an�nimo disse:"com coment�rios destes, este blog qualquer dia vira anedota.")

diga-me, meu caro an�nimo,vira anedota inocente ou indecente? qual das duas categorias prefere?
j� sei, j� sei, nenhuma esta-se mesmo a ver! deve ser do g�nero nem quente nem frio: t�pidozinho sempre!
imagino a comich�o terr�vel que deve causar � sua grande erudi�o, esta esp�cie liter�ria
t�o popular qu�o desprezada, a anedota. A anedota incomoda, sim senhor, principalmente quando d� "um bom contributo para o estudo de uma comunidade - suas manias e fobias, seus h�bitos sociais, seus desejos e RECALCAMENTOS, seus her�is e suas v�timas, sua vis�o do mundo ou do destino."
� an�nimo, quer queira quer n�o, a anedota serve para tudo e para todos: mendigos, imperadores, ricos, pobres, espertos ou doidos, doentes ou s�os, alunos ou professores, etc H�-as muito breves, as muito extensas, as de forma erudita, as de forma popular, de linguagem comedida, de linguagem desbragada, indecorosa, etc
mas diga-me, como as prefere?
j� sei, j� sei: nem quente nem frio!

Rui Vasco Neto disse...

senhores,
nem abro a boca, para não incomodar. Desejam alguma coisa? Bolachinhas, talvez? O chá está a caminho. Please, continuem.

Sabina disse...

Aqui está um exemplo onde a qualidade do texto e a qualidade dos comentários, estão notoriamente desequilibradas. Lamentável.

Rui
A sua meditação já seria excelente só com a primeira e última frase. O resto do texto só o veio abrilhantar. Parabéns.