Leio n' O Carmo e a Trindade, agora de template renovado, uma efeméride inesperada que me assalta as recordações. «3 de Março de 1991: Morre Carlos dos Jornais, ardina, poeta repentista, figura típica de Lisboa». A memória dispara. Vejo-me garoto e de moeda na mão, apertada com o nervoso miudinho de quem não sabe o que dizer para lhe pedir uma quadra juntamente com o Diário Popular, jornal/pretexto que meu pai me encarregara de ir comprar, com a recomendação dada e apoiada pelo seu grupo de amigos, todos sentados lá dentro do café, gozando o prato pelo vidro: "Pede-lhe uma quadra que ele faz-te uma, vai lá, não tenhas vergonha!". Fui. E ele fez, essa primeira. Depois nunca mais foi preciso hesitação, nem nervoso miudinho. Acho que ele gostava tanto da graça como eu.
domingo, 2 de março de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Para ser sincera, não mais me lembrei dessa figura típica de Lisboa. Recordo-me dele, agora, com a maior nitidez.
Ainda bem que o trouxe aqui. Principalmente, pelo seu apreço pela Poesia (mesmo repentista e popular), ao que parece, desde criança...
Abraço da Sol
Enviar um comentário