Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


sexta-feira, 14 de março de 2008

Estórinhas merdosas do Portugal que somos

Hoje, numa escola do Montijo, um rapaz de catorze anos sentiu-se mal durante uma aula de educação física. A escola chamou o INEM, naturalmente. O INEM registou a chamada e mandou aguardar. O tempo passou. Nada de ambulância. Cansada de esperar, a escola ligou directamente para os bombeiros. E os bombeiros mandaram a ambulância, que chegou à escola - meia hora depois da chamada original - e levou o garoto. Tinham já chegado ao hospital quando finalmente o INEM ligou para os bombeiros, para mandarem então uma ambulância para a escola. Tinha o garoto acabado de falecer no hospital do Montijo, que fica a dez minutos da escola. Levado por uma ambulância dos bombeiros, que ficam a menos de cinco minutos da escola. O garoto morreu. O INEM diz que lamenta. Emergência médica, dizem eles. Emergência de merda, digo eu.

4 comentários:

Olinda disse...

:-( de merda. Mesmo.

Anónimo disse...

Continuas a achar que Portugal é dos melhores sítios para viver ?
Para morrer também, pelos vistos ...

Rui Vasco Neto disse...

pessoal,
portugal é portugal, tem pouco a ver com os portugueses, muitas vezes..

Sabina disse...

E os senhores do INEM que atenderam as chamadas, que passado meia-hora mandam os bombeiros e que agora lamentam a morte, são o quê? Moldavos? Suecos? Brasileiros?

Não, são mesmo portugueses.