Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Tustes vitalícios

Não haverá dúvidas que Portugal é um país que trata miseravelmente os seus velhos.
As pensões de miséria com que vivem inúmeros gaiatos e gaiatas de antigamente são famosas por não chegarem sequer para a conta da farmácia da maioria dos pensionistas. Por isso acautelar a velhice é um dever de todos nós. Cada um como souber e puder, claro, que isto é como tudo. Há os uns e há os outros, como de resto falávamos há poucochinho.

O ex-líder do PSD Luís Marques Mendes, que na semana passada renunciou ao cargo de deputado, pediu agora a atribuição da subvenção mensal vitalícia a que tem todo o direito legal, depois de vinte anos a ser eleito deputado. A subvenção mensal vitalícia é uma prestação social a que vários deputados ainda em funções têm direito e que chegou a ser garantida para quem estivesse apenas oito anos no Parlamento. Mais tarde passou para um limite de 12 anos. Foi revogada em Outubro de 2005. Mas todos os deputados que até 2009 cumpram esses 12 anos têm direito a pedi-la. Marques Mendes tem 20 anos de parlamentar, ainda que muitos deles passados com o mandato suspenso para exercer funções governativas. Ou seja, tem direito ao máximo da pensão, 80% do último ordenado, dois mil e novecentos euros, mais tuste menos tuste. E quando o seu pedido for aprovado pela Caixa Geral de Aposentações, o que será breve, Luis Marques Mendes será aos 50 anos o nº 384 da lista de portugeses que recebem uma pensão vitalícia por fazerem política. Oito milhões de euros previstos no O.E. de 2008, no total. Para quem faz ou fez política.

Política. Aquilo que propõe, discute e determina as regras escritas e a escrever para atravessar as ruas, aprender a ler, vender laranjas ou ter pensões vitalícias de dois mil e novecentos euros. Mais tuste menos tuste.

RVN

2 comentários:

Anónimo disse...

Tás a ver ? O mira Amaral não disse ? Antances a gente nam há-di ser desconfiados ???? Carinhas larocas ... Misericórdia ? Nãããooo!!!

Rui Vasco Neto disse...

marquesa:
estou consigo no que decidir.
tenho um espírito feudal e plebeu, que quer...

rvn