Estas duas mulheres querem casar-se. Teresa Pires e Helena Paixão querem unir os seus destinos futuros à sombra do reconhecimento público e oficial de um contrato assinado, testemunhado e registado. Tentam fazê-lo desde Fevereiro de 2006, data em que primeira vez lhes foi pela recusada essa pretensão por um conservador. Depois foram os tribunais, instância a instância. Até chegarmos ao dia de ontem, sexta-feira 19, em que ambas fizeram entrega no Tribunal Constitucional de um recurso com vista a fazer história e jurisprudência em Portugal sobre os casamentos homosexuais.
Como diria o outro, cada qual é p'ró que nasce. Não me causa engulho de espécie alguma a opção de alguém dividir vida e cama com outra pessoa do mesmo sexo. Nada contra. Fazê-lo à luz da lei que nos rege a todos, criada e estabelecida com base numa realidade social de séculos, parece-me um passo de gigante. O que não é argumento contra ou a favor. È apenas o único lado da questão a merecer um estudo sério, na minha opinião. Porque quem pensar que tudo se resumirá a mudar ou introduzir um único artigo de lei, não tem bem a noção da volta que todo o sistema vai levar no dia em que Teresa e Helena disserem 'sim' a um casamento sem marido e se tornarem mulheres uma da outra.
RVN
3 comentários:
Mas pra quê ? Se já existe a união de facto, pra quê casar ? Não sabem no que se vão meter, coitaditas ...
Sim, e por que não?
O Estado imputa-lhes todos os deveres como a qualquer cidadão, então porquê restringir-lhes os direitos ?
anónimos:
pois e pois.
e mais: casamento é aquilo que a gente faz quando está cansada de ser feliz.
não?
rvn
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