Há gente assim, com vidas que nunca mais acabam. Seres com a estranha capacidade de se reinventarem mesmo no disparate.
De renascerem sempre, após cada uma das muitas mortes que vão tendo em vida. Tolos, há outros que lhes invejam este castigo como se fora uma gracinha para entreter os amigos nas noites frias de inverno ou nas amenas cavaqueiras de verão. São os tolos quatro-estações, que por desconhecerem a primavera das ideias estão condenados ao outono da mediocridade para sempre.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

No dia dos namorados

2 comentários:

Anónimo disse...

Eros e Psique

Conta a lenda que dormia
Uma princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que vivia
De além do mar e da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera, Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de Hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra Hera
E vê que ele mesmo era
A Princesa Adormecida."

Anónimo disse...

RVN:
Tentei colocar esta foto no poema que postei no Sarrabal no "Dia dos Namorados". Não deu, e optei por outra.
Tanto quanto sei, Eros, o deus do amor para os Gregos (Cúpido para os Romanos), apaixonou-se pela mortal Psique. A paixão foi de tal ordem, que a raptou e a levou para o Olimpo. Até o Cupido não foi alheio às coisas do coração, como se vê.

Abraço da Sol

Tem piada, aparecer como anónima e assinar o nome. Sabe que não sei (ainda) fazer de outra maneira? Mas tenho tentado.